terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cristãos inoperantes.

Ricardo Gondim

Cresce, a cada dia, minha inquietação com algumas expressões da cristandade ocidental. Noto, por um lado, uma piedade desencarnada, sem relevância diante da vida, destituída de racionalidade e pobre de bom senso.
Percebo, por outro lado, uma espiritualidade cheia de boa vontade, recheada de “profetismos” e indignações, mas impotente e que pouco contribui na construção da história.
Minhas intuições mais primitivas me mostram algumas coisas. Antes! De antemão, já sei que estou perdendo uma grande parcela de pensadores cristãos que não valorizam as intuições no exercício teológico. Tudo bem. Adianto apenas que, ao falar de intuição, valho-me de meu berço pentecostal que me autoriza a também pensar com as entranhas.
Vamos aos meus “insights”:
1. Sugiro que se considere o livro de Eclesiastes como um dos principais eixos hermenêuticos para se compreender a Bíblia. Ele precisa ser levado mais a sério. Enquanto os evangélicos não tiverem coragem para encarar a vida com suas contingências, aleatorieades e com o porvir em aberto, não tem jeito, eles permanecerão de mãos atadas para transformar a realidade. O pretenso axioma de que o fim da história já está pronto, levará, por mais que se diga que não, a um fatalismo. Ora, se a história segue por trilhos que a Providência estabeleceu antes da fundação do mundo, mesmo que cruzemos os braços (postura que só nos traria prejuízo, aquiesço) ela chegará ao seu destino sem depender de nós. Esta compreensão, mesmo que sutilíssima, gera inoperância. Qual o futuro do Brasil? Se ele já estiver pronto, se já for conhecido plenamente, (não como possibilidade, mas como realidade) aqueles que não cooperarem, só perderão a oportunidade de serem participantes, porque o Brasil se transformará no que tiver de ser. Claro que existe um certo conforto em pensar no futuro como algo já determinado, e essa acomodação estanca a verve transformadora.
2. Percebo que alguns têm medo de rever seus conceitos de soberania divina; apavoram-se com a possibilidade de estarem diminuindo suas convicções teológicas e sentimentais sobre a onipotência divina. Nada mais próximo do sacrilégio, para alguns. Esses, sem conseguirem criticar a compreensão do senso comum sobre soberania divina, repetem que tudo está sob o controle absoluto de Deus e que nada acontece sem que ele tenha um propósito. Assim, estabelecem como verdade, mesmo sem perceberem, que todos os mínimos detalhes e todos os acontecimentos e desdobramentos do que existe é parte de um plano cósmico. Favelas? Desgraças mundiais? Terrorismo? Estupros? Tudo, absolutamente tudo, afirmam resolutos, faz parte da vontade de Deus e redundará em glória para o seu nome. Eu, porém, atrevo-me a dizer outras coisas sobre o assunto. Acredito que nem tudo o que acontece foi previsto, antecipado ou participa de uma intricada engrenagem celestial. Na minha opinião, a injusta distribuição da riqueza mundial, os gastos exorbitantes com armas e bombas, a cultura do acúmulo, do desperdício e do consumismo e até o moderno mito do progresso que destrói os ecossistemas, não têm nada a ver com Deus. Ele não pode pagar a conta do nosso egoísmo, da nossa perversidade e da nossa indiferença. A não ser que os evangélicos abandonem seus pressupostos deterministas da história, a ação cristã permanecerá à margem dos verdadeiros processos de mudança da realidade. 3. Noto que a doutrina da salvação (soteriologia) cristã joga para depois da morte, o processo que deveria salvar as pessoas para dentro da história. Cristo não salva apenas para garantir um "pós sepultura" de alegrias perenes. Ele deseja que seus discípulos experimentem, no quotidiano, uma qualidade de vida já contaminada de eternidade. A alvissareira mensagem evangélica anuncia que não basta salvar indivíduos de si mesmos, eles precisam ser salvos para o próximo; não basta salvar indivíduos do diabo, eles precisam ser salvos para não demonizarem suas relações sociais; não basta salvar os indivíduos do mundo, eles precisam ser salvos para voltar ao mundo e salgá-lo.
Enquanto não se criar coragem para repensar alguns pressupostos aceitos como dogmas e sem reflexão crítica, os cristãos continuarão se indignando com a morte de crianças, continuarão engrossando o coro dos revoltados, continuarão esmurrando mesas sagradas, mas pouco contribuirão para mudar a existência.
Religião só tem sentido quando afirma que o mundo não está do jeito que deveria; e o verdadeiro cristão precisa querer mudá-lo.Quem se atreve?
Soli Deo Gloria.

A Conversa Mais Famosa da Bíbliado

livro João “3:16”
de Max Lucado
Ele está esperando pelas sombras. A escuridão dará o abrigo que ele deseja. Por isso, ele espera a segurança do anoitecer. Senta-se perto da janela do segundo andar de sua casa, tomando um chá de folhas da oliveira, vendo o pôr-do-sol, esperando o momento propício. Jerusalém é fascinante nesta hora. A luz do sol desaparecendo, tinge as ruas de pedra, dá um tom dourado às casas brancas e realça o templo que lembra um bloco.
Nicodemos passa os olhos nos telhados de ardósia na enorme praça: brilhantes e resplandecentes. Ele andou pelo pátio da praça nesta manhã. Fará a mesma coisa de novo, amanhã. Ele irá se reunir com os líderes religiosos e fazer o que líderes religiosos fazem: discutir sobre Deus. Discutir sobre como alcançar Deus, agradar a Deus, satisfazer a Deus.
Deus.
Os fariseus conversam sobre Deus. E Nicodemos senta-se entre eles. Debatendo. Ponderando. Solucionando enigmas. Resolvendo dilemas. Amarrando sandálias no sábado. Alimentando pessoas que não trabalham. Divorciando-se de sua esposa. Desonrando os pais.
O que Deus diz? Nicodemos precisa saber. É seu trabalho. Ele é um homem santo e lidera homens santos. Seu nome aparece no grupo de elite dos estudiosos da Torá. Ele dedicou sua vida à lei e ocupa um dos setenta e um assentos da suprema corte da Judéia. Tem credenciais, influência e perguntas.
Perguntas para este galileu que pára multidões. Este mestre lá do fim do mundo que não tem diplomas, mas atrai pessoas. Que tem tempo de sobra para um happy hour com a multidão, mas pouco tempo para os sacerdotes e a casta seleta de santos. Expulsa demônios, dizem alguns; perdoa pecados, alegam outros; que limpa templos, Nicodemos não tem dúvida. Ele viu Jesus purificar o pórtico de Salomão.1 Viu a fúria. Açoite trançado, pombas voando. “Ninguém encherá os bolsos em minha casa”, explodiu Jesus. Assim que a poeira baixou e as coisas se acalmaram, sacerdotes em um empurra- empurra correram para investigar o passado de Jesus. O homem de Nazaré não foi elogiado no templo naquele dia.
Por isso, Nicodemos apareceu à noite. Seus colegas não podem saber do encontro. Não entenderiam. Mas Nicodemos não pode esperar até que entendam. Quando as sombras escurecem a cidade, ele sai e passa despercebido pelas sinuosas ruas de pedras. Passa pelos escravos que estão acendendo lâmpadas nos pátios e pega um caminho que acaba na porta de uma casa simples. Jesus e seus seguidores estão aqui, disseram para ele. Nicodemos bate na porta.
A sala barulhenta fica em silêncio quando ele entra. São homens do mar e coletores de impostos, não acostumados com o mundo intelectual de um estudioso. Eles se agitam onde estão sentados. Jesus faz um sinal para que o convidado se sente. Nicodemos obedece e começa a conversa mais famosa da Bíblia: “Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2).
Nicodemos começa com o que ele “sabe”. Eu me preparei, sugere ele. Sua obra me impressiona.
Ouvimos um cumprimento parecido da parte de Jesus: “E eu ouvi falar de você, Nicodemos.” Nós esperamos, e Nicodemos também esperava, um bate-papo amigável.
Ninguém se manifesta. Jesus não faz menção à posição importante, às boas intenções ou às credenciais acadêmicas de Nicodemos, não porque não existam, mas porque, no algoritmo de Jesus, elas não têm importância. Ele simplesmente faz esta declaração: “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (v. 3).
Repare a divisão continental das Escrituras, a linha internacional de data da fé. Nicodemos está de um lado, Jesus do outro, e Cristo não faz rodeios acerca das diferenças entre eles.
Nicodemos mora em uma terra de bons resultados, gestos sinceros e trabalho árduo. Dê o melhor para Deus, diz sua filosofia, e Deus fará o resto.
A resposta de Jesus? O melhor que você tem não serve para nada. Suas obras não funcionam. Seus melhores resultados não significam nada. Se você não nascer de novo, nem poderá ver o que Deus é capaz de fazer.
Nicodemos hesita em nome de todos nós. Nascer de novo? “Como pode um homem nascer, sendo velho?” (v. 4). Você está brincando. Fazer a vida voltar para trás? Voltar a fita? Começar tudo de novo? Não podemos nascer de novo.
Ah, mas será que não gostaríamos? Refazer. Tentar de novo. Recarregar. Corações partidos e oportunidades perdidas aparecem em nosso rastro. Uma canja seria legal. Quem não gostaria de uma segunda chance? Mas quem pode consegui-la? Nicodemos coça o queixo e dá uma risadinha disfarçada. “É… um sujeito com barba grisalha como eu tem uma boa lembrança da ala da maternidade.”
Jesus não abre um sorriso. “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (v. 5). Neste momento, uma rajada de vento faz algumas folhas passarem pela porta ainda aberta. Jesus pega uma folha do chão e a segura. O poder de Deus funciona como esse vento, explica Jesus. Os corações recém-nascidos nascem do céu. Você não pode desejar, ganhar ou criar um. O novo nascimento? Inconcebível. É Deus quem cuida da tarefa, do começo ao fim.
Nicodemos olha ao redor da sala para os seguidores de Jesus. A expressão vaga no rosto deles revela o mesmo espanto. O velho Nico não tem um cabide no qual possa pendurar estes pensamentos. Ele fala de consertar-se a si mesmo. Mas Jesus fala — na verdade, apresenta — uma linguagem diferente. Não de obras que nasceram de homens e mulheres, mas de uma obra realizada por Deus.
Nascer de novo. Nascimento, por definição, é um ato passivo. A criança no ventre em nada contribui para o parto. As comemorações após o parto aplaudem o trabalho da mãe. Ninguém trata a criança como uma celebridade (“Bom trabalho, pequenino!”). Dão à criancinha uma chupeta e não uma medalha. A mãe merece o ouro. É ela que faz o esforço. Ela faz força, sofre dores e dá à luz.
Quando minha sobrinha deu à luz seu primeiro filho, ela convidou o irmão e a mãe para ficarem na sala de parto. Depois de testemunhar três horas de esforço físico, quando o bebê finalmente apareceu, meu sobrinho virou-se para a mãe e disse: “Desculpe todas as vezes que respondi mal para você.”
A mãe paga o preço do nascimento. Ela não procura a ajuda da criança nem pede seu conselho. Por que faria isso? O bebê nem pode respirar sem a ajuda do cordão umbilical, muito menos percorrer um caminho em direção à nova vida. Tampouco nós, Jesus está dizendo. O renascimento espiritual requer um pai ou uma mãe, e não uma criança capaz.
Quem é esse pai ou essa mãe? Examine a expressão estrategicamente selecionada — de novo. A língua grega oferece duas opções para de novo.2
1. Palin, que significa a repetição de um ato; refazer o que foi feito antes.3
2. Anothen, que também descreve um ato repetido, mas exige que a fonte original o repita. Significa “do alto, de um lugar mais alto, coisas que vêm do céu ou de Deus”.4 Em outras palavras, aquele que fez o trabalho da primeira vez o faz novamente. Esta é a palavra que Jesus escolheu.
A diferença entre os dois termos é a diferença entre uma pintura de Leonardo da Vinci e uma minha. Suponha que você e eu estejamos no museu do Louvre, admirando a Mona Lisa. Inspirado pela obra, eu pego um cavalete e uma tela e anuncio: “Vou pintar este belo retrato de novo.”
E pinto! Bem ali, na Sala dos Estados, exibo minha paleta, molho o pincel na tinta e recrio a Mona Lisa. Mas...Lucado não é nenhum Leonardo. A senhorita Lisa tem um desequilíbrio à la Picasso — um nariz torto e um olho mais alto do que o outro. Tecnicamente, no entanto, mantenho minha palavra e pinto a Mona Lisa novamente.
Jesus quer dizer algo mais. Ele usa o segundo termo grego, exigindo ação da fonte original. Ele usa o termo anothen, que, se considerado no museu de Paris, exigiria a presença do próprio da Vinci. Anothen exclui:Réplicas modernas.Tentativas de segunda geração. Imitações bem-intencionadas.
Aquele que o fez pela primeira vez deve fazê-lo novamente. O criador original recria sua criação. Este é o ato que Jesus descreve.
Nascer: Deus faz o esforço. De novo: Deus restaura a beleza.
Não tentamos novamente. Precisamos, não da força do eu, mas de um milagre de Deus.
O pensamento surpreende Nicodemos: “Como pode ser isso?” (v. 9). Jesus responde com o maior diamante de esperança de toda a Bíblia.
Porque Deusamou o mundo de tal maneiraque deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crênão pereça, mas tenhaa vida eterna.
Uma exposição de 28 palavras de esperança: começando com Deus, terminando com a vida e encorajando-nos a fazer o mesmo. Conciso o suficiente para ser escrito em um guardanapo ou memorizado em um instante, porém, sólido o suficiente para superar dois mil anos de tempestades e dúvidas. Se você não sabe nada da Bíblia, comece por aqui. Se você sabe tudo da Bíblia, volte para este texto. Todos nós precisamos do lembrete. A essência do problema humano é o coração do ser humano. E o tratamento de Deus está prescrito em João 3:16.
Ele ama. Ele se deu. Nós cremos. Nós vivemos.
As palavras são para as Escrituras o que o rio Amazonas é para o Brasil — uma entrada que leva ao coração do território. Acredite nelas ou descarte-as, aceite-as ou rejeite-as; qualquer reflexão séria acerca de Cristo deve incluí-las. Um historiador inglês descartaria a Carta Magna? Egiptólogos ignorariam a pedra de Roseta? Você conseguiria meditar nas palavras de Cristo e jamais imergir em João 3:16?
O versículo é um alfabeto da graça, um sumário da esperança cristã, cada palavra é um cofre com jóias. Leia-o novamente, devagar e em voz alta, e observe a palavra que prende sua atenção. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
“Deus amou o mundo de tal maneira...” Esperaríamos um Deus motivado pela raiva. Um Deus que castiga o mundo, recicla o mundo, abandona o mundo... mas um Deus que ama o mundo?
O mundo? Este mundo? Pessoas que partem o coração, que roubam a esperança e que acabam com sonhos vagueiam por este mundo. Ditadores ficam furiosos. Os que abusam impõem sua vontade. Reverendos pensam que merecem o título. Mas Deus ama. E ele ama o mundo de tal maneira que deu suas:
Declarações? Regras? Sentenças? Ordens?
Não. A declaração de João 3:16 que acalma o coração, que é difícil de entender, e que faz ou quebra acordos é esta: Deus deu o seu Filho... o seu Filho unigênito. Não há idéias abstratas, mas um Deus envolto em carne. As Escrituras igualam Jesus a Deus. Deus, então, se entregou. Por quê? Para que “todo aquele que nele crê não pereça”.
John Newton, que pôs a fé em forma de música em Amazing Grace (Preciosa Graça), adorava esta expressão que quebra barreiras. Ele disse: “Se eu lesse: ‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que, quando cresse, John tivesse a vida eterna’, eu deveria dizer, talvez, que existe algum outro John Newton; mas ‘todo aquele que’ significa este John Newton e o outro John Newton, e todos os demais, seja qual for o nome.”5
Todo aquele que… uma expressão universal.
E pereça... uma palavra séria. Gostaríamos de amenizar, se não apagar, o termo. Não Jesus. Ele põe placas que dizem “Não Entre” em cada milímetro do portão de Satanás e diz para aqueles que estão propensos a entrar no inferno que o façam sobre seu cadáver. Ainda assim, algumas almas insistem.
No final, algumas perecem e outras vivem. E o que determina a diferença? Não são obras ou talentos, origens ou bens. Nicodemos tinha essas coisas aos montes. A diferença é determinada por nossa crença. “Todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Os tradutores da Bíblia nas ilhas Novas Hébridas se esforçaram para encontrar um verbo apropriado para crer. Este foi um problema sério, uma vez que o termo e o conceito são essenciais para as Escrituras.
John G. Paton, um tradutor da Bíblia, encontrou, por acaso, uma solução enquanto estava caçando com o membro de uma tribo. Os dois apanharam um grande veado e o levaram preso em um varal até a casa de Paton pela trilha escarpada de uma montanha. Quando chegaram à varanda, os dois soltaram a carga e se jogaram nas cadeiras da varanda. Ao fazerem isso, o nativo exclamou na língua de seu povo: “Meu Deus, é bom se estender aqui e descansar.” Paton imediatamente pegou um papel e um lápis e anotou a frase.
Assim, sua tradução final de João 3:16 poderia ser expressa desta forma: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele se estende não pereça, mas tenha a vida eterna.”6
Estenda-se sobre Cristo e descanse.
Foi o que Martinho Lutero fez. Quando o grande reformador estava morrendo, dores de cabeça intensas o deixaram de cama, abatido pela dor. Ofereceram-lhe um medicamento para aliviar o sofrimento. Lutero recusou e explicou: “Minha melhor prescrição para a cabeça e o coração é que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”7
A melhor prescrição para a cabeça e o coração. Quem não se beneficiaria com uma dose? Aconteceu que Nicodemos teve a sua parte. Quando Jesus foi crucificado, o teólogo apareceu com José de Arimatéia. Os dois deram os pêsames e participaram do enterro de Jesus. Não foi um pequeno gesto, diante da atmosfera contrária a Cristo naquele dia. Você não acha que Nicodemos sorriu e pensou na conversa que tiveram, assim que chegou às ruas a notícia de que Jesus estava fora do túmulo e em pé novamente?
Nascer de novo, é? Quem teria imaginado que ele começaria consigo mesmo.

Porque é necessário aprender os princípios hermenêuticos?

Para não cometermos determinados erros de interpretação, tais como:

Falta de conhecimento de Geografia Bíblica. Em que cidade era a praia que o grande peixe vomitou Jonas? (Jn.2:10 - 10 Falou, pois, o Senhor ao peixe, e o peixe vomitou a Jonas na terra.)

Falta de conhecimento de Contexto histórico. Porque Jonas não queria ir pregar em Ninive? (Jn.1:1-2 - 1 Ora veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: 2 Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. 3 Jonas, porém, levantou-se para fugir da presença do Senhor para Társis.

Não observância do contexto bíblico. Jeremias diz que é pecado a gente ser fiador de outra pessoa? (Jr.9:4 - 4 Guardai-vos cada um do seu próximo, e de irmão nenhum vos fieis; porque todo irmão não faz mais do que enganar, e todo próximo anda caluniando.)

Falta de conhecimento do contexto religioso. Tiago diz que a justificação do homem diante de Deus também é pelas obras? (Tg.2:24 - 24 Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé.)

Falta de conhecimento acerca do contexto literário. Paulo ensina que Jesus foi o primeiro ser criado? (Col.1:15 - 15 o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;)

Falta de conhecimento gramatical bíblico. Jesus afirmou que a terra comanda o céu? (Mt.16:19 - 19 dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.; 18:18-19 - 18 Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu. 19 Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.)

77 DECISÕES IMPORTANTES PARA O SEU CASAMENTO, À LUZ DA BÍBLIA

1. Aceite o seu cônjuge como ele é."Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;" (I Cor. 13:5)
2. O casamento tem três pilares de sustentação: fé, comunicação e sexo."Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa só carne." (Efésios 5:31)
3. Evite afirmativas que aumentem o conflito, como por exemplo "você sempre...", "todas as vezes..."."Há alguns que falam como que espada penetrante, mas a língua dos sábios é saúde." (Prov. 12:18)
4. Para manter o cálice do amor transbordando em seu casamento, admita logo o erro quando estiver errado e cale-se quando estiver certo."Semelhante, vós mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavras;" (I Pedro 3:1)
5. Feche a porta do divórcio."Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que aborrece o repúdio e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais." (Malaquias 2:16)
6. O casamento é uma instituição sagrada para o Senhor."Assim não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem". (Mat.19: 6)
7. Siga o padrão de Deus para o seu lar."Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido." (Efésios 5:22,23,33)
8. Toda esposa necessita de gentileza no falar, no gesticular, no agir. Toda mulher necessita de um amigo."Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo." (Efésios 5:28)
9. A pessoa amada tem necessidades diversificadas. Entre elas: ouvir palavras que declarem seu valor e sua importância (palavras de afirmação), e/ou receber inteira atenção, sem dividi-la (qualidade de tempo)."Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que também ouve em Cristo Jesus," (Filipenses 2:4,5)
10. A pessoa amada tem necessidades diversificadas. Entre elas: receber expressões de serviços como doação do outro que a fará sentir-se importante e/ou receber presentes."Igualmente vós maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações." (I Pedro 3:7)
11. Existem pessoas que necessitam sentir-se lembradas, valorizadas. Para estas, receber presentes é uma expressão forte de amor."Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade." (Provérbios 5:18)
12. Aprender a ouvir o cônjuge é muito parecido com o aprendizado de uma língua estrangeira. Persevere, vale à pena!"Mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar." (Tiago 1:19,20)13. É sempre inteligente declarar sua apreciação pelas coisas boas que seu cônjuge faz, e com sinceridade."O amor não seja fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem." (Romanos 12:9)
14. Fazer alguém feliz pode significar, às vezes, abrir mão do bem estar pessoal momentâneo, como por exemplo, comodismo, preguiça, egoísmo."Andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave." (Efésios 5:2)
15. O que você diz pode salvar ou destruir uma vida. Portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado. "Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!" (Salmos 19:14)
16. Nos relacionamentos, a comunicação não deve ser soberba. "Da soberba só provém a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria." (Provérbios 13:10)
17. Ataque o problema, e não ao outro. "Tem visto um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um tolo do que para ele." (Provérbios 29:20)
18. Os problemas não podem ser acumulados para depois descarregar sobre o outro. Enfrente e resolva-os com maturidade. "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios." (Provérbios 4:23,24)
19. Expresse os sentimentos sem agredir o outro. "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graças aos que a ouve." (Efésios 4:29)
20. Busque o melhor momento para se comunicar. "O que responde antes de ouvir comete estultícia que é para vergonha sua." (Prov. 18:13)
21. Aprenda a perdoar (esquecendo) para não criar raiz de amargura. Lembre-se de esquecer! "Todos os dias dos aflitos são maus, mas o de coração alegre tem um banquete contínuo." (Prov. 15:15)
22. Um não deve atirar sentimentos no outro. Busque trazer soluções quando apresentar os problemas (apontar erros). "O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!" (Prov. 15:22)
23. Cuidado quando for utilizar o humor para não aumentar a tensão. Utilize o humor só quando tiver convicção que vai aliviar a tensão. "O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos ímpios derrama em abundância as coisas más." (Prov. 15:28)
24. Se quiser manter o cálice do amor transbordando em seu casamento, não utilize o sarcasmo um para com o outro. "A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derramam a estultícia." (Prov. 15:2)
25. No casamento, a comunicação deve ser adequada. O amor faz solicitações e não imposições. "A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto." (Prov. 18:21)
26. Quando você e seu cônjuge experimentar das adversidades da vida, não comunique a Deus o tamanho delas, mas diga para as adversidades o tamanho do seu Deus. "Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus." (Filipenses 4:6)
27. Escolha o momento certo e o local adequado para falar ao outro o que mais desagrada a você. "A palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. A sabedoria do homem lhe dá paciência; a sua glória está em esquecer ofensas." (Provérbios 15:1; 19:11)
28. Concentre-se em resolver as incompatibilidades que geram tensões conjugais. "Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo? ... tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisto pensai." (Amós 3:3 / Filip. 4:8)
29. Uma pessoa não pode se deixar vencer pelo desespero, mas o vença pelo conhecimento da palavra de Deus. "O coração sábio buscará o conhecimento, mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia." (Prov. 15:14)
30. Comunicação é um processo lento de maturidade de compreender e de se fazer compreendido. "Os lábios dos sábios derramarão o conhecimento, mas o coração dos tolos não faz assim." (Prov. 15:7)
31. As mulheres têm necessidades de conversar com seu companheiro e tê-lo como um grande amigo. "Aquele que encontra uma esposa, acha o bem, e alcança a benevolência do Senhor." (Prov. 18:22)
32. O casal deve andar juntos, não só literalmente. O diálogo é fundamental para que haja compreensão. "O amor não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha;..." (I Coríntios 13: 6-8)
33. A cooperação também é importante para um casal que deseja andar, literalmente, juntos. "E lhes darei um mesmo coração, e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem, e o bem de seus filhos, depois deles." (Jeremias 32:39)
34. Trate o seu arranhão hoje, para mais tarde não se tornar algo mais sério. Não deixe para tratar o pecado amanhã. "Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo." (Ef. 4:26,27)
35. Decida amar seu cônjuge na linguagem que ele consegue compreender: seja palavras de afirmação, qualidade de tempo, formas de servir, toque físico, ou mesmo presentes. "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece." (I Coríntios 13:4)
36. Marido e esposa, a comunicação é a chave do casamento. Portanto, compartilhe ao outro a sua própria linguagem do amor. "Como cerva amorosa, e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente." (Provérbios 5:19)
37. O objetivo do amor não é obter o que se deseja, mas fazer algo pelo bem-estar daquele a quem se ama. "Portanto, cada um de nós, agrade ao seu próximo no que é bom para edificação." (Romanos 15:1)
38. A fidelidade entre marido e esposa é fruto da relação de ambos com Deus. "O que adultera é falto de entendimento; destrói a sua alma o que tal faz. Achará castigo e vilipêndio, e o seu opróbrio nunca se apagará." (Provérbios 6:32,33)
39. "Achar tempo" é questão de prioridade. Se a linguagem do seu cônjuge é qualidade de tempo, comece a planejar, abra mão de algumas atividades particulares em prol do outro. Vai valer a pena, acredite! "O amor não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;" (I Coríntios 13:5)
40. Há várias formas de presentear. O mais importante é a mensagem nas entrelinhas que o presente trás. Use e abuse de sua criatividade. "Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e modo." (Eclesiastes 8:5)
41. Presente X Dinheiro. Investir no amor do seu cônjuge é semelhante a aquisição das ações mais caras da bolsa de valores. "As muitas águas não poderiam apagar esse amor nem os rios afogá-los; ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam." (Cantares 8:7)
42. Para Adão, Deus não criou os amigos, mas uma esposa. A instituição sagrada chamada "Família" nasceu do coração de Deus, e Ele não comete erros. "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem." (Hebreus 12:15)
43. Todas as tentações que um casal pode sofrer, também podem enfrentar e vencer. "Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; bem-aventurado todo aquele que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam." (Provérbios 1:2,12)
44. Por trás de um marido passivo há quase sempre uma esposa selvagem e/ou rixosa. "É melhor morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e irritadiça." (Provérbios 21:19)
45. Toda tribulação na vida de um casal cristão é passageira. "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. ...e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé." (João 16:33/ I João 5:4)
46. Os problemas internos ou externos podem turbar o espírito do casal, mas jamais destruí-los, quando Jesus Cristo é o alicerce da relação. "Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração." (Romanos 12:12)
47. Um lar tem início com um compromisso de amor e fidelidade, e Deus como o seu arquiteto. "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." (Salmos 127:1)
48. A jóia mais preciosa que um homem pode dar a sua esposa é amá-la incondicionalmente, sendo este também o presente mais almejado pelos filhos. "Vós, maridos, amai as vossas mulheres como Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela," (Efésios 5:25)
49. É possível o casal discordar sem brigar. Procure não exagerar nem se envolver em rixas. "Toda a amargura, e ira, e cólera e gritaria, e blasfêmia e toda malícia sejam tiradas dentre vós, antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo." (Efésios 4:31)
50. Procure se colocar na posição do seu cônjuge para entender melhor algumas de suas opiniões. Evite aborrecer um ao outro. "...não amemos de palavras, nem de língua, mas por toda obra e em verdade." (I João 3:18)
51. Procure ser um bom ouvinte, mas não use do silêncio para representar ao cônjuge uma resposta negativa ou frustá-lo ao hesitar responder. "Com toda a humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos (grego = sustentando) uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz." (Efésios 4:2,3)
52. É importante para o casal sempre escolher o melhor momento e hora para dialogar, definir as áreas de concordância e de discordância, e fazer uma alta análise de si mesmos. "O homem se alegra em responder bem, e quão boa é a palavra dita a seu tempo!" (Provérbios 15:23)
53. É importante para o casal identificar sua parcela de culpa nos conflitos, quando necessário mudar de atitudes ou comportamento, contribuindo assim, para a resolução dos mesmos. Orar juntos, pedindo a orientação e graça de Deus, nestes momentos é fundamental. "O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor." (Rom. 13:10)
54. Esposa, procure ser sempre bondosa para com as virtudes do seu cônjuge e um pouco cega para as faltas do mesmo. "Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelos desejos da carne e engano; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade." (Ef. 4:22,24)
55. Palavras agradáveis, porém sinceras, solidificam a relação e produzem um eco verdadeiramente eterno. "Favos de mel são as palavras agradáveis, doçura para a alma e saúde para os ossos." (Prov.16:24)
56. Alguns casais afim de se firmarem na vida, se esquecem de viver e de crescer espiritualmente. "Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Pois que aproveita ao homem chamar o mundo inteiro e perder a sua alma?..." (Romanos 8:6/ Mateus16:26)
57. Um falar sem o alimento espiritual é um lar onde há o pão de cada dia para se alimentar o corpo, porém a alma nunca é suprida. "Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." (Mateus 4:4)
58. Para perdoar seu cônjuge é necessário dar amor quando não existe motivo para dar. Para que ambos sejam felizes é indispensável que se tornem bons perdoadores. "Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo." (Efésios 4:32)
59. O amor faz o giro do mundo valer a pena. Ele é o produto do hábito e deve motivar o cônjuge levar sempre a sério o outro, ao invés de si mesmo em demasia. "Completai a minha alegria, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo." (Filipenses 2:2,3)
60. O bom senso somado ao amor apagam a linha divisória entre o seu e o meu. "Desposar-te-ei comigo para sempre; eu te desposarei comigo em justiça, em juízo, em benignidade e em misericórdia." (Oséias 2:19)
61. Deus nos criou sexuais não somente para a procriação, mas também para o prazer sexual do casal. "O que acha uma esposa, acha uma coisa boa, e recebe o favor do Senhor. Goza a vida com a mulher que amas todos os dias da tua vaidade..." (Provérbios 18:22; Eclesiastes 9:9a)
62. Tanto o marido como a esposa têm direitos e deveres. Diante de Deus, cada um é responsável em colocar como prioridade, as necessidades sexuais e emocionais do outro. "Como vós quereis que os homens façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também." (Lucas 6:31)
63. Limite não há para o prazer sexual, desde que o casal esteja dentro da vontade e princípios de Deus. E não há espaço para razões egoístas. "Eis que os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele pesa todas as suas veredas." (Provérbios 5:21)
64. Quando um casal sela um compromisso com Deus e a Sua palavra, não há limites para a satisfação sexual que podem experimentar. "...Tornando-se uma só carne; o amor jamais acaba..." (Gênesis 2:24b/ I Coríntios 13:8a)
65. Criatividade, assim como a tomada de atitude dos cônjuges em relação à própria sexualidade, também se constitui no alicerce para o êxtase do prazer sexual. "Desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento; e o seu fruto é doce ao meu paladar. Levou-me à casa do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor." (Cantares 2:3,4)
66. O prazer sexual deve basear-se tanto na aceitação da satisfação sexual do outro, como, principalmente, na aprovação de Deus. "...Sabendo que nenhum sodomita herdará o reino de Deus; venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula..." (I Coríntios 6:9/ Hebreus 13:4a)
67. O stress de ordem financeira, na família, por vezes, é fruto da falta de discernimento em distinguir entre necessidades e desejos. "Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho...Vigiai e orai para que não entreis em tentação..." (Filipenses 4:11/ Marcos 14:38a)
68. O descontrole financeiro tem sido um forte adversário do amor entre marido e mulher. O casamento requer compromisso, da mesma forma, tudo que é bom. "Ora, a perseverança deve terminar a sua obra, para que sejais maduros e completos, não tendo falta de coisa alguma." (Tiago 1:4)
69. Um casal que se ama deve estar sempre pronto a ser flexível e ajustar-se a qualquer mudança radical, objetivando o ajuste financeiro. "...Em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a Ter fome; tanto a Ter em abundância, como a padecer necessidades. Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Filip. 4:12,13)
70. Um casal deve aprender a fazer investimentos sábios para o Reino de Deus, com boa vontade e não por obrigação. "Mas ajunteis tesouros no céu, onde a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam...Servo bom e fiel sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei, entra no gozo do teu Senhor..." (Mateus 6:19,20; 25:14-30)
71. Um casal sábio e temente jamais coloca "Deus na parede", financeiramente falando. Contudo, reconhece que Ele é capaz de suprir a falta de dinheiro quando ocorrer. "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." (Filipenses 4:19)
72. O relacionamento sexual também é uma mistura de comunicação, unidade, prazer e entrega entre os cônjuges. "O marido conceda à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. Completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa." (I Coríntios 7:3/ Filipenses 2:2)
73. No casamento não deve existir espaços para razões egoístas, pois quem ama não priva o outro do prazer sexual sem que haja concordância mútua. "Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e novamente vos ajuntardes para que Satanás não vos tente por causa da incontinência." (I Coríntios 7:5)
74. Toda esposa deseja se sentir amada e desejada. Toda esposa sábia é capaz de comunicar seus sentimentos. "Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis. Abre a boca com sabedoria, e a instrução fiel está na sua língua." (Provérbios 31:10, 26)
75. O tom de voz errado tem sido o grande vilão para os atritos da vida conjugal. "E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição." (Colossenses 3:14)
76. Compartilhar as tarefas domésticas também é uma prova de amor. "E esta é a minha oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda percepção." (Filipenses 1:9)
77. O melhor de um casamento de muitos anos é apaixonar-se muitas vezes, sempre pela mesma pessoa. "Agora permanecem estas três: a fé, a esperança e o amor, mas o maior destes é o amor. Portanto, cuidai-vos de vós mesmos, e ninguém seja desleal para com a mulher da tua mocidade." (I Cor 13:13/ Malaquias 2:15)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

VIVENDO EM UM LAR ONDE HÁ NORMAS

Texto: Ef.5:22-31

Em todos os segmentos da experiência humana, sempre tornou-se necessário estabelecer-se limites para os intentos do coração do homem. Desde o mais complexo sistema legislativo até a administração de um pequeno negócio existem normas preestabelecidas as quais devem ser respeitadas para um bom funcionamento das partes; isto é uma coisa imprescindível.

Imagine um mundo sem normas para serem respeitadas. Como ele estaria? A resposta mais correta para esta indagação seria: "Um Caos".

O que fazer então para que o ser humano possa compreender a necessidade de submeter-se as normas? Como forjar este tipo de consciência em seu caráter? De onde deveríamos começar?
A resposta a estas três perguntas é uma só: No Lar.

O lar é a primeira escola a qual nossos filhos tem acesso. O bom desempenho na vida depende quase que exclusivamente ao tipo de treinamento que ele recebe em casa; se falhar-mos, ele também falhará em seu desempenho para com a sociedade.

É duro dizer isso; se o nosso filho é desobediente, insubmisso, sem respeito a nós, fomos nós que falhamos em algum lugar, em alguma parte de nosso treinamento, a culpa maior é nossa.

Temos que entender que o nosso lar é a escola que vai incutir na criança os princípios que vão formar o seu futuro caráter e moldar a sua personalidade. Por este motivo, o nosso lar deve ser um lar estruturado sobre normas.

Você gostaria de dirigir se não houvesse limites de velocidade, semáforos, sinalização nas ruas, preferenciais? É difícil a mente humana conceber a tragédia que isso seria. Todos compreendem a necessidade das normas de trânsito.

Mas, e na família?

As normas de uma família se enquadram em quatro categorias:

· Normas para a mãe
· Normas para o pai
· Normas para os filhos
· Normas gerais que se aplicam a todos os membros da família.

Voltamos a lembrar: " Aquilo que fazemos fala mais alto do que aquilo que falamos."

1. Normas para o Pai.

· Deve exercer o seu papel de líder da família. (Ef.5:23)
· Devem ser guiados pelo amor. (Ef.5:25,28)
· Devem ser incentivadores e promovedores do crescimento espiritual da família. (Ef.5:25-26) - se tem que Ter um mais crente, este deve ser o marido.
· Deve cuidar das necessidades pessoais dos integrantes da família. (Ef.5:27-28)
· Deve ser o preservador da estabilidade conjugal. (Ef.5:31)
· Deve honrar a sua mulher. (1Pe.3:7)

2. Normas para a Mulher.

· Deve ser submissas ao marido por causa da posição que Deus o confiou. (Ef.5:22; 1Pe.3:1)
· Honre o marido e respeite-o. (Ef.5:33)
· Devem buscar prioritariamente a santidade da vida como adorno maior. (Col.2:9-10; 1Pe.3:2-5; 1Tm.3:11)
· Deve cuidar dos filhos. (Pv.22:6)

3. Deveres dos Filhos.

· Honrar. (Ex.20:14; Ef.6:2)
· Obedecer à Deus e aos pais. (Ef.6:1; Col.3:20; 1Pe.1:14)

Uma Nova Reforma

Anexo de "Interpretando a Bíblia Hoje"*
Autor: Isaltino Gomes Coelho Filho**
Revisão: Walter Andrade Campelo

Uma nova reforma é o título de um livro de J. A . T. Robinson, edição da Moraes Editora, de Lisboa. Lançado em 1965 (inglês), o livro veio na esteira dos debates da teologia da morte de Deus. Bafejada pelo existencialismo, esta corrente propunha a secularização do cristianismo. A nova reforma de que falo não é esta, a dessacralização do evangelho. É uma volta às origens, principalmente hermenêuticas, da Reforma. Um dos nossos maiores problemas, hoje, está na área de hermenêutica: como interpretar a Bíblia, a fé e a denominação.
Segundo Mondin (Antropologia teológica, Paulinas, 1979), há dois princípios na formação de uma corrente teológica, o arquitetônico e o hermenêutico. O arquitetônico é o conteúdo da revelação. A teologia deriva da revelação bíblica. Se não fosse assim, não teríamos uma corrente teológica, mas filosófica. Mondin cita o sistema de pensamento de Hegel. Os mistérios do cristianismo estão presentes nele, mas como foram dessacralizados, despidos de seu conteúdo sobrenatural, é um sistema filosófico e não teológico.
O princípio hermenêutico é o instrumento pelo qual se interpreta a revelação. Geralmente é de conteúdo filosófico. É que a teologia é a interpretação da revelação pela razão. Os dois princípios são necessários e se entendem bem à luz da palavra de Bruner, segundo a qual, para se entender a Palavra de Deus é necessário um ponto de encontro entre ela e a mente humana. A Palavra é o princípio arquitetônico. A mente humana é o princípio hermenêutico.
O catolicismo faz teologia usando como princípio hermenêutico a autoridade da Igreja. O pressuposto filosófico é que ela detém a Verdade. Para Agostinho, por exemplo, a Igreja Católica era o ponto culminante da história. Há suporte filosófico para a interpretação da Igreja Católica: ela tem a verdade e seu magistério a expressa. A Reforma tirou a base hermenêutica da Igreja e a pôs na Bíblia, interpretada pelo crente, regenerado pelo Espírito. Roma deixou de ter a palavra final em matéria de interpretação. Esta postura foi mudada pelo pentecostalismo e carismatismo, pulverizando a interpretação. Colocando a base não mais na Bíblia, mas no crente, estes intimizaram a hermenêutica, com sonhos e interpretações na base de "o Senhor revelou". Toda a estrutura de uma denominação, seu conteúdo teológico e seu passado doutrinário são irrelevantes. O crente é a palavra final. A diversidade de interpretações, mesmo as mais absurdas, partem daqui. "O Espírito me falou" ou "Deus me revelou" são expressões comuns para legitimar teorias as mais esdrúxulas. O critério de interpretação não é mais Cristo. É o "Espírito", entendendo-se assim a subjetividade do intérprete. É significativo que a Universal do Reino de Deus tenha substituído a cruz pela pomba. É o Espírito (subjetivo) e não mais Jesus (objetivo) o critério de interpretação. Não há como argumentar com quem tem uma relação especial com o Espírito que nós, "tradicionais e carnais", não temos. A leitura de Benny Him, Hagin e os sermões de Valnice mostram isso. Estas pessoas alegam ter uma autoridade que elas não podem provar, mas que nós não podemos contestar.
Hagin recebe visitas de Jesus. Outros têm revelações especiais de Deus. Nós "só" temos a Bíblia. A Palavra se subordinou à palavra. A subjetividade de sonhos, experiências e intuições se sobrepõe à exegese centenária e até milenar do evangelho. Assim, se "reinventa" o evangelho constantemente.
Há, em nosso cenário, três grandes vertentes em termos de teologia e de práxis: a recatolização, a rejudaização e a influência baixo-espírita. Cada uma delas mostra que as pessoas assumiram princípios hermenêuticos estranhos, nunca antes sustentados, recebidos por "revelação", "iluminação" ou "capacitação especial". Assim desfiguram o evangelho, fazendo uma salada religiosa que nada têm a ver com o ensino bíblico.
1. A Recatolização Contemporânea do Evangelho
Vê-se a recatolização no entendimento cada vez mais acentuado, de que temos um clero e um laicato. Preocupa-me ver, cada vez mais, as igrejas terem ministros formados e assalariados para tudo. Acho correto termos ministros de música, de educação religiosa, de missões, etc., em nossas igrejas. Milito na educação ministerial, sou presidente da ABIBET e não poderia pensar doutra maneira.
Mas me preocupa a possibilidade de estarmos dizendo ao nosso povo que só pessoas formadas em seminários e remuneradas podem fazer a obra de Deus. Pode-se criar uma mentalidade daninha: os ministros fazem o trabalho e os crentes pagam a conta. A incidência do uso do termo "leigo" para os não consagrados aos ministérios é reveladora. Todos nós somos ministros, pois todos somos servos. E todos somos leigos, porque todos somos povo (é este o sentido da palavra "leigo", alguém do povo). Não temos clero nem laicato. Somos todos ministros e somos todos povo. Mas cada vez mais as bases ministeriais são buscadas no Antigo Testamento e não no Novo. Usamos os termos do Novo com a conotação do Antigo. O pastor do NT passa a ter a conotação do sacerdote do AT. É o "ungido", detentor de uma relação especial com Deus que os outros não têm. Só ele pode realizar certos atos litúrgicos, como o sacerdote do AT. Por exemplo, batismo e ceia só podem ser celebrados por ele. Assumimos isto como postura, mas não é uma exigência bíblica. No meio carismático isto é mais forte. Os pastores tornam a igreja dependente deles. Só eles têm a oração poderosa, a corrente de libertação só pode ser feita por eles e na igreja, só eles quebram as maldições, etc.
O sentido teológico do sacerdote hebreu parece permear fortemente o sentido teológico do pastor neotestamentário. Este conceito convém ao pastor carismático. Ele se torna um homem acima dos outros, incontestável, líder que deve ser acatado. Tem uma autoridade espiritual que os outros não tem. O Antigo Testamento elitiza a liderança. O Novo Testamento democratiza. Para o carismático, o Novo Testamento, a mensagem da graça e a eclesiologia despida de objetos, palavras e gestual sagrados não são interessantes. Assim, ele se refugia no AT. Por isso há igrejas evangélicas com castiçais de sete braços e estrelas de Davi no lugar da cruz, bandeira de Israel, guardando festas judaicas, e até incensários em seus salões de cultos. Há evangélicos que parecem frustrados por não serem judeus. A liturgia pomposa do judaísmo é mais atraente e permite mais manobra ao líder que se põe acima dos outros.
2. A Rejudaização, um Produto Tanto Teológico Quanto Comercial
A rejudaização do evangelho tem um lado comercial e outro teológico. O comercial se vê nas propagandas para visita à "Terra Santa". O judaísmo girava ao redor de três grandes verdades: um povo, uma terra e um Deus. No cristianismo há um povo, mas não mais como etnia. A Igreja é o novo povo de Deus, herdeira e sucessora1 de Israel, composta de "toda a tribo, e língua, e povo, e nação" (Ap 5.9). Há também um Deus, que se revelou em Jesus Cristo, sua palavra final (Hb 1.1-2). Mas não há uma terra santa. No cristianismo não há lugares e objetos santos. O prédio onde a Igreja se reúne e que alguns chamam, na linguagem do Antigo Testamento, de "santuário", não é santuário nem morada de Deus. É salão de cultos. O Eterno não mora em prédios, mas em pessoas. Elas são o santuário (At 17.24, 1Co 3.16, 6.19 e Hb 3.6). Deus não está mais perto de alguém em Jerusalém que na floresta amazônica, nos condomínios, favelas e cortiços das grandes cidades. No cristianismo, santo não é o lugar. São as pessoas. Não é o chão. É o crente. E Deus pode ser encontrado em qualquer lugar. Não temos terra santa, e sim gente santa.
A propaganda gera uma teologia defeituosa. Pessoas vão a Israel para se batizar nas águas onde Jesus se batizou. Ora, o batismo é único, singular e irrepetível. Ele segue a conversão e mostra o engajamento da pessoa no propósito eterno de Deus. Uma pessoa que foi batizada, após conversão e profissão de fé, numa igreja bíblica, não se batiza no rio Jordão. Apenas toma um banho. E, sem o sentido filosófico do ser e do vir a ser de Heráclito, aquele não é o Jordão onde Jesus foi batizado porque as águas são outras. As moléculas de hidrogênio e oxigênio que compunham aquele Jordão podem estar hoje em alguma nuvem. Ou na bacia amazônica. Ou no mar. Até no Tietê. É mero sentimentalismo e não identificação com Jesus. É lamentável que pastores conservadores em teologia "batizem" crentes já batizados no Jordão. Isto é vulgarizar o batismo, tirando seu valor teológico.
Não sou contra o turismo. Faça-o quem puder e regozije-se com a oportunidade. Sou contra o entortamento da teologia como apelo turístico. Temos visto pastores com sal do mar Morto, azeite do monte das Oliveiras (há alguma usina de beneficiamento de azeitonas lá?) e até crucifixos feitos da cruz de Jesus (pastores evangélicos, sim!). Há um fetichismo com terra santa, areia santa, água santa, sal santo, folha de oliveira santa, etc. No cristianismo as pessoas são santas, mas as coisas não. A rejudaização caminha paralelamente com a superstição e feitiçaria. É parente da paganização.
Não estou tecendo uma colcha de retalhos. Tudo isto é produto de uma hermenêutica defeituosa, que não compreende as distinções entre os dois Testamentos, os critérios diferentes para interpretá-los, a pompa e liturgia do judaísmo em contraposição à desburocratização do cristianismo e que a palavra final de Deus foi dada em Jesus Cristo. É o NT que interpreta o AT e não o AT que interpreta o NT.
3. O Fetichismo como Produto do Neopentecostalismo
O neopentecostalismo (ou baixo-pentecostalismo) trouxe um problema sério. Derrubou o muro entre feitiçaria e evangelho. Já vi "tapete ungido" que chupa as enfermidades e pecados, água santa após a oração pastoral (como Alziro Zarur fazia nos anos sessentas), bênção de carteiras de dinheiro, envelope de pagamento e cartão de crédito, repreensão de maldição sobre carros e eletrodomésticos para que não tenham mais defeitos, etc. Um pastor apresentou na televisão o homossexualismo como maldição hereditária. É a mesma hermenêutica do psicólogo ou psiquiatra ateu que o justifica como hereditariedade genética. A responsabilidade pessoal do indivíduo se dilui na maldição ou nos genes. A ignorância do ensino global das Escrituras, incluindo a responsabilidade da pessoa, com a capacidade de tomar decisões, sendo responsável por elas, produz estas distorções. De novo um problema hermenêutico: não há hereditariedade espiritual no Novo Testamento. Ezequiel antecipava o evangelho ao escrever seu capítulo 18.
Em correntes de oração, leva-se uma foto da pessoa para ungi-la e ela deixar o pecado ou o vício. Se não pode levar a foto, leve uma muda de roupa. Vi isso na minha infância, no baixo espiritismo. Choca-me vê-las entre evangélicos. Surpreende-me o ibope dado ao diabo, que já teve até microfone de televisão na boca em programa evangélico. Só faltou dizer: "Agora, ao vivo, em cores, via satélite, o Diabo fala para todos".
Boa parte dos evangélicos busca sensacionalismo e vive à cata de eventos. Um pastor que seja sério, expositor bíblico, conselheiro, amigo, mas que não faça pirotecnia no púlpito corre o risco de ser considerado ultrapassado. Busca-se o showman, o espetáculo, o fantasioso. Declarações levianas são feitas com ar de seriedade. Tempos atrás, o dono de uma seita que eu desconhecia, declarou numa revista evangélica que havia denominações demais e sugeriu a fusão dos batistas e presbiterianos. O ridículo da história é que a pessoa era contra o excesso de denominações, queria que as grandes se fundissem, e produziu mais uma, nanica.
Esta confusão hermenêutica gerou denominações exóticas: Igreja Evangélica Pentecostal Independente Peregrinos na Fé do Senhor Conforme Hebreus Capítulo 11, Igreja Pedra Angular O Anjo da Colheita na América Latina, Igreja Pentecostal A Chegada de Jesus Com Poder e Glória, etc.. Conheci uma Igreja Pocalipi. O nome intrigou-me. Não conseguia ver nexo nele, até entender que era Apocalipse, nome que seu pastor não conseguia ler corretamente. Como uma pessoa que não consegue ler a palavra "apocalipse" pode fazer uma interpretação doutrinária correta? Não se trata de elitismo. É minha perplexidade para compreender a facilidade com que se interpreta a Bíblia hoje. Qualquer pessoa o faz, desprovida de bom senso elementar, sob a desculpa "o Senhor revelou". As bases hermenêuticas foram aniquiladas. O movimento evangélico está desfigurado, é palco de gente vaidosa que deseja fundar uma igreja, e nesta desfiguração, recebe todo tipo de heresias e tolices. Está calcado na subjetividade e não em verdades históricas.
Temos uma descaracterização doutrinária pelo neocatolicismo, neojudaísmo e pela entrada do baixo espiritismo que nos vem pelo baixo pentecostalismo. Que fazer? É aqui que entra a necessidade de uma nova Reforma, com algumas idéias que devem ser trabalhadas em nosso meio.
4. A Nova Reforma Propriamente Dita
1) Precisamos de uma volta às Escrituras com estudo bíblico sério. A hermenêutica e a exegese criteriosa devem ser preferidas à pregação tópica e às ilustrações de reis, rainhas, mães morrendo e crianças atropeladas. Isto requer trabalho, mas a preguiça deve ser banida do nosso meio. Todas as denominações declaram a Bíblia como regra de fé e prática e depois formulam seus credos encaixando-a neles e dizendo o que pode ser descoberto nela. Nunca vi uma denominação evangélica negar a Bíblia. Todas a afirmam, mas usam-na para validar suas posições. Deve haver um estudo sério para rever nossas práticas à luz da Bíblia e não usá-la para legitimar nossas práticas. Isto requer que a herança teológica do passado seja buscada. Tenho me edificado com a leitura de grandes vultos do passado. Negar que Lutero, Calvino e teólogos posteriores, de grande conteúdo, tenham o que ensinar, é insensatez. A Igreja Católica tem o peso da Tradição. Temos ojeriza a este nome, mas precisamos resgatar a teologia do passado, com sua erudição e profundidade. E a livre interpretação (não o livre exame) da Bíblia precisa ter contornos mais bem definidos.
2) O doutrinamento das igrejas deve ser privilegiado. É falsa a dicotomia vida espiritual ou doutrina. As doutrinas bíblicas não são estéreis e sem vida. São fonte de vida. Preguei numa reunião jovem e, a seguir, deselegantemente, o líder do grupo disse: "Não me interesso por doutrina, só por Jesus". Mas, que Jesus se tem, sem uma doutrina sólida sobre ele? O evangelho não é evento ou show, mas pressupõe conteúdo teológico. E este deve ser fio de prumo e não suporte para a repetição de modelos e esquemas denominacionais que sacralizamos e fora dos quais tudo está errado.
3) Precisamos de mais zelo ao encaminhar jovens aos seminários, ao criar seminários, ao formar currículos e conteúdo programáticos, e ao consagrar pastores ao ministério. Criticam-se os seminários, mas manda-se gente imatura para lá, na esperança de que ele a torne madura. O seminário não é casa de correção, mas lugar de estudo e de aprofundamento teológico e espiritual. Porque teologia e espiritualidade não são antitéticas. Entrar em um seminário deve ser visto com muita seriedade. E o seminário também não pode ser um curso técnico, tipo SENAC ou SENAI, ensinando operacionalidade. Deve ser um centro de reflexão.
4) Por último: precisamos de uma reforma eclesiológica. Muitas de nossas igrejas não estão crescendo como deveriam. Há pastores que querem ver seu ministério deslanchar e não conhecem muitos ministérios modelos. E não encontram alternativas litúrgicas, quando vêem que a nossa não atrai muito. Só conhecem a nossa e lhes dizem que desviar-se dela é ser pentecostal (em tempo: a liturgia da minha igreja é tradicional). No seminário me ensinaram Isaías 6 como modelo de liturgia. Não creio que o texto foi produzido com a finalidade de dar um modelo de ordem de culto para as igrejas ocidentais do século presente. Por que não uma liturgia baseada no Novo Testamento, mais precisamente em 1Coríntios 14.26, com a participação do povo e não apenas dos oficiais do culto? Por que não mais espontaneidade e menos formalismo? O culto não precisa ser monótono. O pastor jovem, idealista, querendo realização no ministério, não vai se mirar em ministérios estagnados. Vai olhar quem está fazendo algo marcante. Buscará referenciais positivos e se não os encontrar em nossa denominação, em nossa linha, mas em outros grupos, irá imitá-los. Nossos jovens pastores estão aprendendo mais sobre igrejas funcionais em congressos da SEPAL e da VINDE que em nossas ordens de pastores.
Isto não me agrada, mas caminhamos para uma época pós-denominacional. A maior parte dos crentes não está interessada em denominação. O termo se associou, na mente de muitos, à estrutura. O apelo ao denominacionalismo tem pouco resultado prático. As pessoas querem resultados. Ouço muito perguntas como estas: por que nossa editora se desmontou e a de outros grupos vai bem? Por que ainda não temos um programa de televisão batista enquanto outros grupos têm redes? Por que grupos que chegaram depois de nós nos ultrapassaram? Estas coisas fazem os crentes pensar se vale a pena enfatizar tanto a denominação, que tem sido mostrada mais como instituição do que como um aglomerado de igrejas locais. Não endosso o que está por trás das perguntas, mas elas são feitas!
Esta reforma deve examinar também nossas estruturas. São bíblicas? São funcionais e viabilizam a divulgação do evangelho ou atendem a segmentos que não querem perder patrimônio, influência e posições? As igrejas devem se adaptar ao que a estrutura lhes dá ou esta deve mudar e se ajustar a novos tempos e satisfazê-las? Infelizmente, as igrejas não socorreram a JUERP, como esperávamos. Presidente que era da Convenção do Amazonas, duas vezes enviei cartas às igrejas e falei ao Conselho. Não houve atendimento. Creio que não socorrerão nenhuma junta. Há uma exaustão de igrejas e pastores não ligados ao esquema estrutural com o que se chama denominação. Nossa reforma deve começar aqui: devemos ser mais bíblicos e menos programáticos e institucionais. A excessiva institucionalização do evangelho é responsável pela apatia de muitos com a denominação. E isto faz surgir os desvios doutrinários. E não adianta apertar em outros lados. Obreiros e igrejas querem funcionalidade e o progresso espiritual e não apenas institucional do reino. A Reforma desburocratizou a religião, na tentativa de acabar com a institucionalização da fé. Foi o que Jesus fez: ele desinstitucionalizou a religião. Hoje se vê a institucionalização da fé evangélica, descendente da Reforma. A Campanha Nacional de Evangelização de 65, na minha adolescência, mobilizou as igrejas. Institucionalizada, perdeu o vigor. Até para testemunhar já temos um dia no calendário.
Sou batista convicto. Um batista histórico (prefiro este termo a tradicional porque acho que diz mais, mas não rejeito ser tradicional) que ama sua denominação. Não a rejeito nem condeno. Minhas palavras não são desabridas, mas expressam o que vejo: desalento e desinteresse com a estrutura denominacional. Nosso povo quer espiritualidade e santidade de vida, mais que outra coisa. Necessitamos de uma teologia correta. Não apenas de doutrina correta sobre Espírito Santo e louvor, mas uma restauração de valores, conceitos e cosmovisão. Precisamos de ortodoxia, de ortopraxia, de ortolalia, de transparência de ações à luz da Bíblia.
Há heresias que nos ameaçam. Mas há outros perigos, entre eles o desinteresse de igrejas e pastores pela denominação. A causa disto parece-me ser a institucionalização como a que subjugou o cristianismo pré-Reforma, tornando-o mais uma empresa que agência espiritual. Por isso, necessitamos de uma nova Reforma. Que ponha o espiritual acima do material, do administrativo e do funcional. Que submeta tudo, e não apenas alguns aspectos doutrinários, ao crivo das Escrituras. O agir, o funcionar e o viver de nossa denominação, em todos os níveis, é bíblico ou foi secularizado? Buscamos mais Qualidade Total ou o poder do Espírito Santo? Prédios, coisas e regulamentos estão ocupando mais nossas mentes e nossa vida que a Palavra? Então, uma Reforma é necessária.

Teologia Relacional: um Novo Deus no Mercado

Rev. Augustus Nicodemus Lopes, professor do Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie


Os reflexos da onda gigante que provocou a tremenda catástrofe na Ásia no final de dezembro de 2004 alcançaram também os arraiais evangélicos, levantando, entre outras coisas, perguntas acerca de Deus, seu caráter, seu poder, seu conhecimento, seus sentimentos e seu relacionamento com o mundo e as pessoas diante de tragédias como aquela. Dentre as diferentes respostas, uma chama a atenção pela ousadia de suas afirmações: Deus sofreu muito com a tragédia e certamente não a havia determinado ou previsto. Ele simplesmente não pôde evitá-la, pois Deus não conhece o futuro, não controla ou guia a história, e não tem poder para fazer aquilo que gostaria. Esta é a concepção de Deus defendida por um movimento teológico conhecido como teologia relacional, ou ainda, teísmo aberto ou teologia da abertura de Deus.
A teologia relacional, como movimento, teve início em décadas recentes, embora seus conceitos sejam bem antigos. Ela ganhou popularidade através de escritores norte-americanos como Greg Boyd, John Sanders e Clark Pinnock. No Brasil, estas idéias têm sido assimiladas e difundidas por alguns líderes evangélicos, às vezes de forma aberta e explicita.
A teologia relacional considera a concepção tradicional de Deus como inadequada, ultrapassada e insuficiente para explicar a realidade, especialmente catástrofes como o tsunami de dezembro de 2004, e se apresenta como uma nova visão sobre Deus e sua maneira de se relacionar com a criação. Seus pontos principais podem ser resumidos desta forma:
1. O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.
2. Deus não é soberano. Só pode haver real relacionamento entre Deus e suas criaturas se estas tiverem, de fato, capacidade e liberdade para cooperarem ou contrariarem os desígnios últimos de Deus. Deus abriu mão de sua soberania para que isto ocorresse. Neste sentido, ele é incapaz de realizar tudo o que deseja, como impedir tragédias e erradicar o mal. Contudo, ele acaba se adequando às decisões humanas e ao final, vai obter seus objetivos eternos, pois redesenha a história de acordo com estas decisões.
3. Deus ignora o futuro, pois ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. O futuro é determinado pela combinação do que Deus e suas criaturas decidem fazer. Neste sentido, o futuro inexiste, pois os seres humanos são absolutamente livres para decidir o que quiserem e Deus não sabe antecipadamente que decisão uma determinada pessoa haverá de tomar num determinado momento.
4. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa. 5. Deus é vulnerável. Ele é passível de sofrimento e de erros em seus conselhos e orientações. Em seu relacionamento com o homem, seus planos podem ser frustrados. Ele se frustra e expressa esta frustração quando os seres humanos não fazem o que ele gostaria.
6. Deus muda. Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo se arrepende de decisões tomadas. Ele muda de acordo com as decisões de suas criaturas, ao reagir a elas. Os textos bíblicos que falam do arrependimento de Deus não devem ser interpretados de forma figurada. Eles expressam o que realmente acontece com Deus.
Estes conceitos sobre Deus decorrem da lógica adotada pela teologia relacional quanto ao conceito da liberdade plena do homem, que é o ponto doutrinário central da sua estrutura, a sua “menina dos olhos”. De acordo com a teologia relacional, para que o homem tenha realmente pleno livre arbítrio suas decisões não podem sofrer qualquer tipo de influência externa ou interna. Portanto, Deus não pode ter decretado estas decisões e nem mesmo tê-las conhecido antecipadamente. Desta forma, a teologia relacional rejeita não somente o conceito de que Deus preordenou todas as coisas (calvinismo) como também o conceito de que Deus sabe todas as coisas antecipadamente (arminianismo tradicional). Neste sentido, o assunto deve ser entendido, não como uma discussão entre calvinistas e arminianos, mas destes dois contra a teologia relacional. Não poucos lideres calvinistas e arminianos no âmbito mundial têm considerado esta visão da teologia relacional como alheia ao Cristianismo. A teologia relacional traz um forte apelo a alguns evangélicos, pois diz que Deus está mais próximo de nós e se relaciona mais significativamente conosco do que tem sido apresentado pela teologia tradicional. Segundo os teólogos relacionais, o Cristianismo histórico tem apresentado um Deus impassível, que não se sensibiliza com os dramas de suas criaturas. A teologia relacional, por sua vez, pretende apresentar um Deus mais humano, que constrói o futuro mediante relacionamento com suas criaturas. Os seres humanos são, dessa forma, co-participantes com Deus na construção do futuro, podendo, na verdade, determiná-lo por suas atitudes.
Contudo, a teologia relacional não é novidade. Ela tem raízes em conceitos antigos de filósofos gregos, no socinianismo (que negava exatamente que Deus conhecia o futuro, pois atos livres não podem ser preditos) e especialmente em ideologias modernas, como a teologia do processo. O que ela tem de novo é que virou um movimento teológico composto de escritores e teólogos que se uniram em torno dos pontos comuns e estão dispostos a persuadir a Igreja Cristã a abandonar seu conceito tradicional de Deus e a convencê-la que esta “nova” visão de Deus é evangélica e bíblica.
Mesmo tendo surgido como uma reação a uma possível ênfase exagerada na impassividade e transcendência de Deus, a teologia relacional acaba sendo um problema para a igreja evangélica, especialmente em seu conceito sobre Deus. Muito embora os evangélicos tenham divergências profundas em algumas questões, reformados, arminianos, wesleyanos, pentecostais, tradicionais, neopentecostais e outros, todos concordam, no mínimo, que Deus conhece todas as coisas, que é onipotente e soberano. Entretanto, o Deus da teologia relacional é totalmente diferente daquele da teologia cristã. Não se pode afirmar que os aderentes da teologia relacional não são cristãos, mas sim que o conceito que eles têm de Deus é, no mínimo, estranho ao cristianismo histórico. Ao declarar que o atributo mais importante de Deus é o amor, a teologia relacional perde o equilíbrio entre as qualidades de Deus apresentadas na Bíblia, dentre as quais o amor é apenas uma delas. Ao dizer que Deus ignora o futuro, é vulnerável e mutável, deixa sem explicação adequada dezenas de passagens bíblicas que falam da soberania, do senhorio, da onipotência e da onisciência de Deus (Is 46.10a; Jó 28; Jó 42.2; Sl 90; Sl 139; Rm 8.29; Ef 1; Tg 1.17; Ml 3.6; Gn 17.1; etc). Ao dizer que Deus não sabia qual a decisão de Adão e Eva no Éden, e que mesmo assim arriscou-se em criá-los com livre arbítrio, a teologia relacional o transforma num ser irresponsável. Ao falar do homem como co-construtor de Deus de um futuro que inexiste, a teologia relacional esquece tudo o que a Bíblia ensina sobre a Queda e a corrupção do homem. Ao fim, parece-nos que na tentativa extrema de resguardar a plena liberdade do arbítrio humano, a teologia relacional está disposta a sacrificar a divindade de Deus. Ao limitar sua soberania e seu pleno conhecimento, entroniza o homem livre, todo-poderoso, no trono do universo, e desta forma, deixa-nos o desespero como única alternativa diante das tragédias e catástrofes deste mundo e o ceticismo como única atitude diante da realidade do mal no universo, roubando-nos o final feliz prometido na Bíblia. Pois, afinal, poderá este Deus ignorante, fraco, mutável, vulnerável e limitado cumprir tudo o que prometeu?
Com certeza a visão tradicional de Deus adotada pelo Cristianismo histórico por séculos não é capaz de responder exaustivamente a todos os questionamentos sobre o ser e os planos de Deus. Ela própria é a primeira a admitir este ponto. Contudo, é preferível permanecer com perguntas não respondidas a aceitar respostas que contrariam conceitos claros das Escrituras. Como já havia declarado Jó há milênios (42.2,3): “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia.”

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

TRÊS COISAS QUE O MUNDO PRECISA SABER

Texto: Dt.10:12-21

O maior problema encontrado pelo homem desde a queda é a sua incapacidade de discernir espiritualmente a verdade de Deus. Isso tem feito com que a raça humana, em especial, aqueles que não entregaram suas vidas a Cristo, vivam continuamente diversas formas de escravidão. Podemos apresentar claramente três:

Conf. Ef.2:1-3
· A do Pecado
· A do Diabo
· A do Mundo

A mais intensa e desgastante é a do pecado que, além de impedir o homem de conseguir viver dentro do padrão estabelecido por Deus, ainda o impossibilita de compreender de forma correta este padrão como também quem é o Deus desse padrão.

Por isso torna-se necessário que o ser humano, ou melhor, a raça humana saiba urgentemente três coisas:

1. Aquilo que Deus é. (V.14, 15, 17)

· Deus é o dono de todo. (V.15)
- Tanto na esfera espiritual (" ... os céus e os céus dos céus ...")
- Quanto na material ("... a terra e tudo quanto nela há ...")

· Deus é Soberano. ( "... Tão somente o Senhor tomou ...")

· Deus é Misericordioso. ( "... tomou prazer em teus pais ...")

· Deus é Altíssimo.( "... Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses ...").

· Deus é o Senhor dos senhores. ("...e o Senhor dos senhores ...)

· Onipotente. ( ... o Deus grande, poderoso ...")
· Deus é justo juiz. Que não trata com distinção e nem pode ser subornado. ("... e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas ...")

2. Aquilo que Deus faz. (V.15, 18)

· A nossa escolha vem dEle. ("... Tão somente o Senhor tomou prazer ...")

· O Senhor defende a causa do necessitado ("... que faz justiça ao órfão e a viuva ...")

· Supre as suas necessidades ("... e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestido ...")

3. Aquilo que Deus quer. (V.12,13,16,19-21)

· Que temamos a Ele ( "... senão que temas ao Senhor teu Deus...")

· Que O obedeçamos ( "... que andes em todos os Seus caminhos ...")

· Que O amemos ("... que O ames ...")

· Que sirvamos a Ele numa atitude de inteira consagração ("... que sirvas ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma ...")

· Que tenhamos um coração totalmente entregue a Ele ("... Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração ...")

· Devemos amar ao próximo ("... Amareis ao estrangeiro ...")


Que isto descobrir, receberá a satisfação espiritual tão almejada e, se ausente, tão perturbadora. Encontrará as respostas para a vida.

TRES COISAS QUE NÃO PODEMOS ESQUECER EM NOSSA VIDA DE ORAÇÃO

Uma das coisas mais sublimes da vida cristã depois da salvação, é a possibilidade de um contato pessoal e íntimo com Deus. Poder entrar (Adj. De ato de orar) na presença d’Ele com plena confiança de Sua atenção e socorro é, como disse o salmista, Maravilhoso demais para mim.

(Sl.136:5-10 “5 Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão. 6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir. 7 Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? 8 Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, 10 ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.)

Por isso, não devemos negligenciar esta grande benção, e desfrutarmos de todos os seus benefícios. Para isso, devemos levar em consideração algumas verdades:

1. Quem Deus é. (2Cr.20:4-6; )
3 Então Jeosafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá.
4 E Judá se ajuntou para pedir socorro ao Senhor; de todas as cidades de Judá vieram para buscarem ao Senhor.
5 Jeosafá pôs-se em pé na congregação de Judá e de Jerusalém, na casa do Senhor, diante do átrio novo,
6 e disse: Ó Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus no céu? e não és tu que governas sobre todos os reinos das nações? e na tua mão há poder e força, de modo que não há quem te possa resistir.

2. O Que Ele pode fazer. (Ef.3:14-21)
14 Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai,
15 do qual toda família nos céus e na terra toma o nome,
16 para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17 que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor,
18 possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus.
20 Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
21 a esse seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.

3. Como nos Colocarmos ao Alcançe de suas Bênçãos. (Hb11:6; Rm.5:1-2; 2Tm.2:5; Lm.3:20-29)

* Ter fé na Sua existência e em Sua presença em meio aos homens para abençoá-los.
Hb.11: 6 Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.

* Ter fé em Jesus Cristo como único meio de nos relacionarmos intimamente e amigavelmente com Deus.
Rm.5: 1 Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,
2 por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus.

1Tm.2: 5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,

* Compreendermos que a bese que O impulsiona a nos abençoar é a Sua misericórdia.
Lm.3: 20 Minha alma ainda os conserva na memória, e se abate dentro de mim.
21 Torno a trazer isso à mente, portanto tenho esperança.
22 A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim;
23 renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.
24 A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele.
25 Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
26 Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.
27 Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
28 Que se assente ele, sozinho, e fique calado, porquanto Deus o pôs sobre ele.
29 Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.

Estas colocações não esgotam aquilo que precisamos saber, mas servem de ponto de partida para nos estimularmos a conhecer mais a respeito deste assunto, sempre levando em consideração aquilo que a Bíblia e não as experiências humanas nos ensinam.

TRÊS COISAS QUE A FÉ FAZ EM NÓS

Texto:1Jo 5:4 : porque todo o que é nascido de Deus [vence] o mundo; e esta é a vitória que [vence] o mundo: a nossa fé.

Introdução: História do suicida que pulou da ponte com o guarda
Situação de caos e insegurança vivida no mundo:

· Olhamos para um lado é ameaça de guerra
· Para o outro, são ataques terroristas
· A violência urbana: Latrocínios, seqüestro, tráfico de drogas, corrupção, homicídios
· Como se não bastasse ainda temos fome, miséria, peste, desestabilização social, econômica e familiar.
· Quando assistimos um repórter ou um programa de TV que visa ajudar pessoas carentes parece que a coisa piorou de vez.

É nesse contexto que a fé é imprescindível para manter a nossa vida de pé e cheia de otimismo e esperança.

Por que então, a fé nos mantém esperançosos e otimistas em meio ao caos desta vida?

1º A fé nos faz ver o invisível:
· 2Cor.5:7;
· Hb.11:1-2
· Tg.1:2-3
· 2Cor.1:3-4

2º A fé nos faz vencer o invencível :
· Davi e Golias; 1Sm.17
· Josafá e os filhos de Amon e Moabe; 2Cr.20
· Elias e os profetas de Baal; 1Rs.18
· Moisés no Mar Vermelho; Ex.14

3º A fé nos faz crer no impossível :
· Ana teve Samuel; 1Sm.1
· A mulher do fluxo de sangue; Mc.5
· O cego de nascença; Jo.9
· A filha de Jairo; Mc.5
· Dorcas; At.9
· A mulher da botija de azeite e Elias; 1Rs.17


CONCLUSÃO: Irmã pobre da Estrada de Aldeia e empresário.

SER CRISTÃO: Uma Decisão Criteriosa

Texto: Luc.14:25-33


25 Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se, disse-lhes:
26 Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo.
27 Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo.
28 Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?
29 Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele,
30 dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar.
31 Ou qual é o rei que, indo entrar em guerra contra outro rei, não se senta primeiro a consultar se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
32 No caso contrário, enquanto o outro ainda está longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.
33 Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.

Vivemos num mundo globalizado. De inter ligações que exigem dos seres humanos tecnologias que tornem suas relações cada vez mais rápidas, simples e fáceis. O homem tem feito de tudo para facilitar as coisas para ele mesmo, diminuir as exigências e tornar assim a sua vida mais tranqüila e, em muitas vezes, descomprometida.

O homem influenciado por este tipo de ideologia ao decidir abraçar o Evangelho, precisa urgentemente sofrer uma mudança radical em sua forma de pensar porque senão vai encontrar sérias dificuldades de adaptação a vida cristã como realmente ela deve ser.

Talvez, influenciado por esta cosmovisão do mundo, muitos pregadores cometeram o desastre de tentar adaptar o Evangelho a cultura mundana de nossa era, criando assim o “Cristianismo Nissi Miojo”: tudo é simples, fácil, rápido, descomplicado e liberal. Porém, neste texto que acabamos de ler vemos que a idéia de Jesus Cristo acerca de nossa participação no Seu Reino não é nada simples, nem fácil, nem rápida, nem descomplicada e nem liberal. A nossa participação no Reino de Deus ou a nossa decisão por Ele deve ser feita sob uma reflexão bem criteriosa a respeito de suas exigências.

No verso 33 vemos claramente esta realidade:

“...33 Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo. ...”

Renuncia aqui não significa primariamente o abandono de algo, mas sim, o considerar como mais importante que os princípios do Reino de Deus e o Senhor do Reino.

V.26 – “...Se alguém vier a mim, e não aborrecer ...” – Aborrecer significa submeter completamente tudo, até mesmo a própria pessoa, no compromisso total com Cristo. (cf. 16:13 - 13 Nenhum servo pode servir dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar ao outro, o há de odiar a um e amar ao outro, o há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.)

V.27 – “... quem não leva sua cruz ...” – Levar sua cruz significa consagrar-se inteiramente à causa do Reino, até o martírio se preciso for.

A submissão e a rendição total a cristo deve ser feita em amor que:

1. É maior que a afeição familiar.(v.26)
2. É maior que o desejo de seguir nosso próprio caminho. (v.27)
3. É maior que o amor as possessões. (v.33)
4. É maior que a nossa afeição pelas amizades mundanas. (v.33)
5. É maior que o manter o nosso bem estar. (v.27)

Antes de afirmar-me participante do Reino devo refletir seriamente se estou disposto a arcar com as conseqüência de minha decisão.

Refutações ao Evolucionismo:

1. O evolucionismo não explica a origem da matéria nem da força. Há lacunas, faltam os necessários elos entre os seres brutos e vivos, entre o reino vegetal e o animal, entre os vertebrados e invertebrados. Tais lacunas são desastrosas para uma teoria que se orgulha de querer explicar a origem de todas coisas, porquanto silencia quando tem que explicar as origens primeiras básicas.
2. Nem nas camadas geológicas, nem nas atuais um só exemplo de transmutação de espécie foi jamais encontrado. A ciência exata apresenta grandes lacunas entre espécies diferentes e mostra que cada um apareceu sem antepassados conhecidos na sua descendência linear, em linha reta.
3. Não tem havido tempo suficiente para a evolução. Os próprios evolucionistas dizem que milhares de séculos são necessários para o processo de transmutação, e não há provas que tenha habitantes no mundo com tempo suficiente para a evolução.
4. Os híbridos são estéreis. A esterilidade dos híbridos é o fato de que as espécies de fauna e de flora, desenvolvidas por seleção artificial, logo regressam ao estado primitivo, em vez de continuarem evoluindo, milita poderosamente contra a teoria citada. Em vão peleja o homem em busca de meios com que transpor os limites traçados pelo Criador: “ ... produzam as águas ... produza a terra seres viventes segundo a sua espécie...”
5. A superioridade de um reino sobre o outro. Não se pode achar no reino vegetal nada de que se pudessem desenvolver os traços característicos do reino animal. Há também enorme abismo entre o animal e o homem. A diferença entre estes é física, psicológica e moral.
a) Diferença física. Porte vertical, espinha dorsal em forma de “S”, e não de “C” como no animal. O volume relativo do cérebro do homem que é muito superior ao do mais perfeito animal; o ângulo facial muito mais reto no homem.
b) Diferença psicológica. O animal é cônscio mas não tem autoconsciência como o homem tem. O animal tem percepção ( conhecimento através dos sentidos), mas não possui concepção, como o homem. Conseqüentemente só o homem tem linguagem. Jamais um animal pronunciou uma palavra que fosse oriunda de raciocínio. O animal não tem o poder de raciocinar; nunca adapta os meios aos fins. Ele tem determinação e não autodeterminação.
c) Diferença moral. O animal não tem consciência, nem vergonha, nem pudor, enquanto que o homem os possui. As qualidades do espírito não podem ser encontrados nos animais.
d) Segundo a teoria da evolução não é possível explicar o pecado e nem a necessidade da vinda de um salvador.
6. A degeneração geral. Há uma lei de involução, degeneração e não só desenvolvimento. Os evolucionistas esquecem isto. Fisicamente o homem hodierno é inferior ao antediluviano. O universo pode ser comparado a um grande relógio a desandar.
7. Se o cruzamento voluntário de seres inteligentes da raça humana tem até aqui falhado em produzir uma nova espécie que probabilidade há de que um cruzamento natural ou casual operado por elementos irracionais possa produzi-la.
8. Se a evolução é um processo cósmico, como os cientistas dizem que é, deveria estar em operação diante de nossos olhos. Isso porém não acontece , visto que não estamos vendo nenhuma espécie em estado intermediário.
9. A pessoa de Cristo. A evolução jamais poderá explicar a presença de Cristo na terra. Se Cristo fosse um produto de evolução, esta já teria se repetido, o milagre da perfeição que produziria alguém, se não igual, superior a Ele. Se existe evolução por que isto não acontece?
10. A evolução não explica porque os característicos adquiridos não são herdados pelos descendentes dos indivíduos
11. O Evolucionismo não é conhecimento científico, e sim, filosófico.

Qual o Destino do Homem Depois da Morte?

Texto: Hebreus.9:27

Este é um dos questionamentos mais levantados pelo homem ou tem sido o seu maior dilema existencial. Por não conseguir responder esta pergunta, o pavor da morte tem tomado conta de muitos, pois, morrer é um salto no escuro, é uma realidade de incertezas. Daí ser este um dos maiores desejos do ser humano: Descobrir o que vai acontecer com ele depois que ele tornar ao pó.

Este é o motivo da existência de todas as religiões do mundo, trazer a este ser humano uma resposta satisfatória que possa de alguma forma trazer esperança ao seu coração. São algumas delas:

· Espiritismo e religiões orientais = Salvação pelas obras ou Doutrina da reencarnação
· Catolicismo Romano = Salvação pelas obras ou Doutrina do Purgatório
· Mormons = Obras e rebatismo ou batismo pelos mortos


O que pois diz a Bíblia Sagrada a este respeito? Qual o destino do ser humano quando ele voltar ao pó?

1º NINGUÉM PODE ESCAPAR DA MORTE.
É uma ordem de Deus.
É conseqüência do pecado = Morte física, espiritual e eterna.

2ºNinguem pode voltar da morte por um processo de reencarnação
Morrer uma só vez

3ºA MORTE FÍSICA SELA O NOSSO DESTINO ETERNO
Depois disso segue o Juízo (eterno)
Morreu com Cristo - Vida eterna
Morreu sem Cristo - Perdição eterna = Inferno-tormentos-ranger de dentes.

Conclusão: Marido da irmã que foi evangelizado, deixou pra depois e infelizmente não teve tempo de Ter outra oportunidade: morreu!

Posso Ter certeza de minha salvação? SIM!

1. Porque Jesus Ensinou. Jo.5:24; 6:37

2. Porque Deus ensinou. Ez.36:25-27

2. Porque os Apóstolos ensinaram:

· João = Jo.3:16-18
· Paulo = Rom.3:24-25; 5:1; 8:1; Ef.1:1-14
· Pedro ensinou = 1Pe.1:2
· O Escritor aos Hebreus ensinou = Heb.4:3; 9:12; 10:15-17

4. Por causa dos termos utilizados para falar a respeito da mesma:

· Justificação: é uma declaração oficial de absolvição de uma pena. Rom.
· Redenção : Diz respeito ao pagamento do resgate para a libertação da escravidão.
· Propiciação: Remover aos olhos de Deus aquilo que lhe é ofensivo.
· Remissão: Perdão total dos pecados.
· Eleição. Escolha divina daqueles que hão de herdar a salvação.
· Adoção: Ato volutário da parte de Deus tornando os salvos participantes de Sua família.
· Regeneração: Implantação do princípio de vida espiritual que nos impulsiona à Deus.
· Santificação: Prosseso pós regeneração que é evidenciado pela morte para o pecado e a manifestação das virtudes da nova vida espiritual pelo Espírito Santo = 2Cor.3:18
· Glorificação: é a consumação da obra da santificação quando recebermos nossos corpos glorificados = 1Cor.15:52

5. Por causa da forma como ela é aplicada a nossa vida:

· Gratuitamente = Não temos que fazer nada como pagamento para recebê-la
· Pela Graça = Recebemo-la ainda que não a mereçamos. É um favor imerecido da parte de Deus nos concedendo não o que merecemos, mas o que precisamos.
· Pela Fé = Diferente de um mérito humano para salvação, a fé é um reconhecimento de destituição de méritos pessoais e uma confiança absoluta e irrevogável nos méritos da obra de Cristo como suficientes e eficazes para me garantir a entrada e permanência definitiva no Reino de Deus.

6. Por causa de sua origem:

· O Poder e Soberania de Deus.
· A Eficácia e Suficiência da Obediência e Sacrifício de Cristo.
· A Eficácia da aplicação da mesma ao ser humano através do ministério do Espírito Santo. Jo.16:8-10; Ef.1:13-14

PORQUE NÃO SOU CONSERVADOR

Ef.2:8-9 - 8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;
9 não vem das obras, para que ninguém se glorie.

Gl.1:6-9 - 6 Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho,
7 o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.
9 Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.

Para enterdermos bem aquilo que queremos enfatizar, precisamos a priori definir alguns termos que são aplicados e interpretados erroneamente e, conseqüentemente, transformado a doutrina da salvação pela graça num outro evangelho, o qual Paulo diz que deve ser considerado maldito, ou seja, um evangelho que acrescenta a salvação além da obra de Cristo uma parte da obra humana.

Precisamos estender que amar o mundo (Cf.1Jo.2:15) é viver uma vida onde a desobediência aos mandamentos de Deus é algo constante. È viver uma vida debaixo ou sobre a escravidão do pecado.

Mundo = qualquer tipo de atitude que seja contrária a vontade de Deus conhecida em Sua Palavra. Se a Bíblia diz que é pecado, é pecado e eu vou fazer de tudo para não cometer. Se não é pecado, eu posso fazer.

Porque somos classificados de não-crentes, quase-crentes, crentes frios ou sem poder, ou crente que vive em pecado?
· Porque participamos de atividades de lazer. Jesus não jogou bola, mas foi a uma festa de casamento e bebeu e fez vinho para os outros beberem.
· Porque usamos vestimentas que não se enquadram na perspectiva de moda de alguns.
· Porque permitimos o uso de bijouterias e maquiagens pelas mulheres da igreja. (Vaidade)
· Porque permitimos o corte de cabelo feminino ou usamos barba

Textos utilizados por estas pessoas para dizerem que nós estamos em pecado:

IS.3:16-SS – 16 Diz ainda mais o Senhor: Porquanto as filhas de Sião são altivas, e andam de pescoço emproado, lançando olhares impudentes; e, ao andarem, vão de passos curtos, fazendo tinir os ornamentos dos seus pés; 17 o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, e o Senhor porá a descoberto a sua nudez. 18 Naquele dia tirará o Senhor os seus enfeites: os anéis dos artelhos, as toucas, os colares em forma de meia lua, 19 os pendentes, e os braceletes, e os véus; 20 os diademas, as cadeias dos artelhos, os cintos, as caixinhas de perfumes e os amuletos; 21 os anéis, e as jóias pendentes do nariz; 22 os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e os bolsos; 23 os vestidos diáfanos, e as capinhas de linho, e os turbantes, e os véus. 24 E será que em lugar de perfume haverá mau cheiro, e por cinto, uma corda; em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste luxuosa, cinto de cilício; e queimadura em lugar de formosura. 25 Teus varões cairão à espada, e teus valentes na guerra. 26 E as portas da cidade gemerão e se carpirão e, desolada, ela se sentará no pó.

No âmbito da interpretação bíblica, existem os textos que são escritos em forma de figura de linguagem. Um desses textos é este acima. O que caracteriza um texto figurado é que a intenção do escritor não é transmitir o sentido literal das palavras utilizadas, mas, sim em meio a figura trazer uma mensagem que possa ser aplicada a um princípio vital do cristianismo.
Esse texto é utilizado pelos conservadores (sul) ou legalistas (norte) para proibirem seus membros de usarem algumas coisas, tais como: Brincos, maquiagem, anéis, pulseiras, diademas, lenços, etc. e isto de forma hermenêuticamente errônea. Por que afirmamos isto?

1. Este texto é uma grande figura que é aplicada em oposição a Ezequiel 16:7-15 - 7 Eu te fiz multiplicar como o renovo do campo. E cresceste, e te engrandeceste, e alcançaste grande formosura. Formaram-se os teus seios e cresceu o teu cabelo; contudo estavas nua e descoberta. 8 Então, passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a minha aba, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei num pacto contigo, diz o Senhor Deus, e tu ficaste sendo minha. 9 Então te lavei com água, alimpei-te do teu sangue e te ungi com óleo. 10 Também te vesti de bordados, e te calcei com pele de dugongo, cingi-te de linho fino, e te cobri de seda. 11 Também te ornei de enfeites, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao pescoço. 12 E te pus um pendente no nariz, e arrecadas nas orelhas, e uma linda coroa na cabeça. 13 Assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, de seda e de bordados; de flor de farinha te nutriste, e de mel e azeite; e chegaste a ser formosa em extremo, e subiste até a realeza. 14 Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, graças ao esplendor que eu tinha posto sobre ti, diz o Senhor Deus. 15 Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama; e derramavas as tuas prostituições sobre todo o que passava, para seres dele..

2. Texto figurado não pode ser interpretado exegeticamente palavra por palavra, mas a figura como um todo.

3. O tirar que vem da boca do Senhor é consequência e não causa. Não é o pecado. Por exemplo: Se Deus, punindo o adultério de alguém permite que ele fique pobre então, ser rico é pecado porque Deus tirou a riqueza dele; ou se Deus manda uma enfermidade, então, Ter saúde é pecado porque Deus lhe tirou a saúde.

4. Não existe nenhum ordem de Deus proibindo o uso das coisas que ele diz tirar.

5. O pecado em evidência é o adultério espiritual do povo hebreu que havia trocado Jeová pelos ídolos.

EZ.16:1-SS - Quando Deus escolheu e restaurou o povo de Israel, ele comparou figuradamente a formosura que Ele havia dado a uma noiva adornada para o casamento; predizendo assim a Sua benção sobre o povo. O que ele disse que colocou neste texto, Ele disse que iria tirar no texto de Isaías.

JR.9:25-26 - 25 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todo circuncidado pela sua incircuncisão. 26 ao Egito, a Judá e a Edom, aos filhos de Amom e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos da sua cabeleira e habitam no deserto; pois todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração.

Aqueles que aparavam a ponta dos cabelos eram algumas tribos árabes que habitavam no deserto e que, em seu culto pagão aparavam a ponta do cabelo como parte do culto a sua divindade. Por isso Deus proibiu o povo de Israel de, no meio desse povo, praticar isto. Esta proibição limita-se exclusivamente ao povo hebreu que teria contato com aquelas tribos.

1Pe. 3:3 - 3 O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos, 4 mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que és, para que permaneçam as coisas 5 Porque assim se adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam submissas a seus maridos;

Não existe aqui neste texto nenhuma proibição, mas, uma exortação para aquilo que deve ser prioridade na vida de uma mulher cristã: a beleza interior. Se uma mulher considera a sua vida espiritual como fator mais importante, não existe nenhum problema dela se produzir exteriormente a fim de ficar mais bonita. (Beleza é diferente de transmitir sensualidade)

1JO.2:15 - 15 Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.

Mundo aqui é, todo tipo de pensamento ou comportamento social e humano contrário aos mandamentos de Deus. Se interpretarmos mundo aqui como a terra e tudo que nela há, a melhor coisa que temos que fazer para não pecar é pedir pra morrer, pois: Eu não posso viver aqui pois estou no mundo; não posso me vestir pois a roupa que uso é do mundo; não posso trabalhar nem receber salário porque tanto o trabalho quanto o dinheiro é do mundo; não posso nem me reunir num templo para cultuar porque os tijolos, o cimento, a areia, os bancos, a madeira, o som, o púlpito e todos os aparatos são do mundo.

ECL.1:2 - 2 Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.

A palavra vaidade em toda a Bíblia é aplicada de uma forma diferente a de nossos dias. Vaidade na Bíblia não tem nada a ver com produção de beleza exterior, mas, no fato de alguém considerar algo como sentido de sua vida sem que Deus esteja em primeiro lugar. É literalmente trocar Deus por outra coisa. Normalmente esta palavra é aplicada quando o povo de Deus havia deixado ao Senhor para seguir a outros deuses. Se fossemos perguntar quem comete este pecado da vaidade o exemplo mais clássico seria um desviado do evangelho.

Portanto, não posso ser conservador porque as suas doutrinas estão em boa parte, fundamentadas em interpretações errôneas das Escrituras, e consequentemente não são palavra de Deus.

Salvação é unicamente pela Graça (favor imerecido), e traz como frutos a manifestação das boas obras como aferidor da graça recebida.

A santificação dentro do processo da salvação é efeito e não causa. Conforme diz o apostolo Paulo em Ef.2:8-10; 2Cor.3:18. a santificação é algo que deve acontecer naturalmente na vida daqueles que nasceram de novo. Se ela não aparece, o novo nascimento ainda não aconteceu!