sábado, 11 de agosto de 2007

Compreendendo a Unção: Uma perspectiva Neotestamentária

COMPREENDENDO A UNÇÃO

Texto: 1Jo.2:20,27

Uma das doutrinas mais difundidas e absorvidas pelas igrejas denominadas de pentecostais nos últimos 40 anos foi a doutrina da unção. Normalmente quando questionamos os mestres que se utilizam deste tipo de terminologia, temos conceitos e não-conceitos a respeito do significado real deste termo.

O interessante é que, na maioria dos casos, essas definições não tem muito a ver com o significado escriturístico, isso no que concerne a realidade da nossa experiência na Nova Aliança, mas sim com o significado da Antiga ou muitas vezes distinta dela.

Certo professor e pregador muito bem conceituado em vários estados do Brasil disse a respeito da unção: " Unção é uma coisa que não se sabe explicar o que é, mas, quando falta todo mundo sente". Levantamos pois as seguintes questões:

· Desde quando sentimentos são bases seguras para servir de norma de fé para nossa vida cristã.
· Se a nossa regra de fé são os nossos sentimentos, então temos outra revelação tão inspirada e inerrante quanto a Bíblia.
· Se não precisamos explicar o sentido daquilo que atestamos ser a verdade que acreditamos em termos de fé, então, o que fazermos com as palavras de Pedro em sua primeira Epístola, cap.3 versículo 15 onde diz: "Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir razão da esperança que há em vós:"

Em outros casos também, Unção é uma manifestação do poder de Deus sobre a vida de algumas pessoas para capacitá-las para determinados ofícios no corpo de Cristo. Porém, quando lemos o Novo Testamento, vemos que em nenhum lugar as capacitações sobrenaturais que Deus dá aos crentes para que os mesmos façam a Sua obra recebem o nome de Unção, mas sim, dons ou revestimento de poder: Dons para as habilidades e revestimento para o testemunho.

Também há o fato de que, a absorção deste ensino no meio evangélico, fez com que a igreja passasse a ser formada, não por pecadores que foram salvos imerecidamente aos olhos de Deus, mas por dois grupos de crentes: Os que tem unção e os que não tem unção; os que se tornaram merecedores de serem usados por Deus, e os imprestáveis que vão ficar a vida toda dentro da igreja sem poder fazer nada para o Reino de Deus. A Igreja na Bíblia que fez esse tipo de distinção e, por coincidência, é a mais pentecostal do Novo Testamento, começou a criar o costume de medir quem era mais ungido: Paulo, Pedro, Apolo, e recebeu do apóstolo Paulo como elogio por essa atitude as seguintes palavras que estão em 1Cor.3:1 : " E eu, irmão, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo".

Conseqüência deste último caso, manifestou-se dentro da igreja a idolatria e o culto a personalidade. Quem mexer com uma dessas pessoas recebem logo como repreensão a exclamação: " Não mexa com os ungidos de Deus", como se fosse verdade que uma pessoa poderia ser crente sem ser ungido de Deus - Isso é um heresia.

Se pudéssemos dar uma definição a forma como a palavra Unção tem sido utilizada em muitas de nossas igrejas, talvez a mais aproximada seria: “Unção é o termo utilizado para definir a espiritualização de experiências emotivas e sensitivas puramente humanas no contexto do culto”.

O QUE POIS AS ESCRITURAS, EM ESPECIAL O N. T. NOS ENSINAM A RESPEITO DO TEMA "UNÇÃO"

Somente um escritor do N. T. fala a respeito desse assunto no que se refere a nossa experiência como cristão, e isso é citado somente em dois versículos na primeira epístola de João, que são: 2:20,27. Se temos que definir o que significa Unção para nós, temos que levar em consideração o sentido proposto nesse textos.

Para melhor fazermos essas definição queremos responder algumas questões, tais como:

· Pode uma pessoa ser crente e não Ter unção?
· Existe crente mais ungido do que outro?
· Unção é algo que se pode perder?
· Pode um pregador pregar com unção e outro sem unção?
· Um dirigente dirigir o colto com unção e outro sem unção?
· Pode uma pessoa ministrar louvor com unção e outro sem unção?
· Se podem ocorrer esses fatos, onde existe no N. T., no que se refere a distribuição dos dons, o Dom de medir a unção dos outros?

Se fizermos essas perguntas a pessoas que desconhecem o que as Escrituras ensinam a respeito desse fato ou abraçaram o sentimento ou a voz interior e suas acheologias como regra de fé e não a Bíblia, certamente elas vão responder, a exceção da ultima que SIM!.

Porém, se dermos uma simples olhada nesses textos que acabamos de usar, certamente a resposta de todos nós a esses perguntas será NÃO!

Quais são os fatores existentes nesses textos que nos levam a fazer essa afirmação:

1o A segunda pessoa do plural usada por João ao se referir aos crentes que possuem Unção, demonstra claramente a sua universalidade.

" E vós tendes ...(V.20) e ... que vós recebestes ... (v.27)

Neste caso é fato que todos os crentes possuem unção indistintamente.

2o Somente existe um tipo de unção e somente um, o que descarta a veracidade do ensino que fala a respeito de várias unções.

" ... tendes a Unção ... (v. 20) ... " ...a Unção que vós recebestes ... (v. 27).

O que nós vemos normalmente quando se usa esse termos para algum tipo de experiência e que, para essa experiência a N. T. chama de Dom e não de Unção.

Unção de cura, de batismo com o E. S., de profeta, de ensino, de evangelista, etc.

3o Unção não é algo que temos esporadicamente ou quando buscamos mais, mas sim, é algo que recebemos de forma permanente.

" ... permanece (fica) em vós ..."

A permanência da unção sobre a nossa vida não está condicionada a nenhum mérito ou obra nossa, ela é permanente.

4o Unção aqui não é nenhum tipo ou espécie de poder que é derramado sobre nós, mas, sim, uma pessoa que nos ajuda em nossa caminhada. No mesmo sentida em que a sabedoria é personificada em Provérbios 8, aqui a Unção é personificada representando a pessoa do E. S..

· É usada qualidade ou atributo de personalidade ao referir-se a mesma: Ela ensina.
· Quem é que nós receberíamos ao nos convertermos, que nos converteria da nossa incredulidade e nos guiaria em toda verdade? (Jo.16:8-9,13)


Conclusão: Unção no N. T. que é a base de nossa doutrina ou regra de fé é a pessoa do Espírito Santo habitando na vida do crente e o capacitando com Seus dons e poder a realizar a obra do ministério.

Chegando a essa conclusão, certamente concordaremos que as respostas mais viáveis para aquelas primeiras perguntas é NÃO!

Como denominar as experiência sensitivas que muitos crentes tem nos cultos ao Senhor? É a reação das emoções ao prestarmos um verdadeiro culto ou uma adoração verdadeira. Existem pessoas que vem ao templo para prestar culto à Deus, e essas são verdadeiramente abençoadas de maneira espiritual; outros vem assistir ao culto e , infelizmente vão ver tudo que acontece sem nenhuma percepção espiritual a respeito do que Deus está fazendo - Adoram de lábios, oram de lábios, ouvem a palavra sem o temor devido, conseqüência: um culto insensível.

Se alguém vem ao culto e não percebe a benção de Deus, o problema não está no culto, mas sim nele.

Existem pessoas que vem ao culto por uma obrigação ou costume religioso, porém existem outros que, por sua vida piedosa constante, vem ao templo em Espírito e como conseqüência presta um culto verdadeiro e aceitável ao Senhor.

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