quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O QUE É REAVIVAMENTO?

Texto: Hc.3:1-3

Quando eu cito esta palavra o que vem a sua mente?

· Nos EUA logo se pensa numa campanha evangelística imensa, quando um pregador famoso é chamado para pregar, onde haverá músicas especiais e várias reuniões especiais são programadas.
· Quem sabe em sua mente avivamento queira dizer alguma coisa diferente. Talvez um borbulhar de entusiasmo dentro da igreja. Quem sabe um cantar, um louvar diferente do habitual.

Ao falar em reavivamento, torna-se necessário nos reportar a história da igreja e vermos a época e por quem esta palavra foi utilizada pelas primeira veze.

A palavra reavivamento ela surge no século XVIII, quando começou a se falar muito sobre “O Avivamento da Religião”. E esta foi a designação dada para um derramamento incomum do Espírito Santo sobre a Igreja. Hoje nós olhamos de volta para aqueles anos como o primeiro grande despertamento.

1. Jonatas Edwards foi um dos líderes deste primeiro reavivamento. Ele residia na América do Norte, no lado Nordeste, mas esse reavivamento não permaneceu apenas na América do Norte, ele invadiu a Inglaterra, a Europa e outros lugares do mundo. E aqueles que passaram por esta experiência procuraram defini-la em palavras. E a designação que acabou sendo dada foi “O Reavivamento da Religião”. Jonatas Edwuads escreveu muito sobre reavivamento e qualquer estudo mais sério deste assunto deve levar em conta a visão, o ponto de vista de Jonatas Edwards. Ele definiu reavivamento como uma visitação da parte de Deus para conosco, ele disse: é Deus vindo e estando em meio ao seu povo; é Deus se manifestando com grande poder entre o seu povo; é Deus vindo e tornando as coisas todas diferentes. Edwards usou muito a analogia do mar. Ele disse que o reavivamento é como as ondas do mar que vem e quebram sobre a praia, e nós podemos visualisar a história e vermos estas ondas vindo e quebrando; na verdade a história dos reavivamentos é a história da igreja de Deus.
2. Nem todos pegaram a definição de Edwards como a sua preferida. Alguns discordaram dele. Um dos grandes líderes do reavivamento do século XIV era uma pessoa assim. Talvez você já tenha ouvido falar em Charles Finney, foi grandemente usado por Deus na América do Norte no século XIV. Ele escreveu um livro em 1838 chamado “O Avivamento da Religião”, e de forma contrária a Jonatas Edwards ele definiu reavivamento como obra do homem; ele disse que é simplesmente o uso adequado dos meios corretos. E a analogia que ele usou veio das fazendos, do campo. Ele disse: O fazendeiro espera uma colheita, então ele está arando o seu campo, semeando, regando, e a medida que elçe faz este trabalho então a colheita inevitavelmente se segue. A obra dos cristãos é evangelismo e oração. Então Finney raciocinava se fizermos o nosso trabalho o reavivamento da religião inevitavelmente virá. Entretanto já perto do final da vida de Finney, ele passou a reconsiderar sua própria definição, e em algumas das últimas cartas que ele acabara de escrever ele disse que ele atribuiu muito poder a obra humana. Ele viveu no tempo em que o avivamento começou a se esvair, e ele não conseguia explicar tal acontecimento. Pela definição que ele havia dado ao reavcivamento, o p´roprio homem deveria conseguir continuar este movimento, mas não aconteceu assim.


A verdade é que a definição de Finney é a que tem prevalecido em meio a muitos evangélicos, e o que tem acontecido a nível de história é o seguinte: aqueles que consideram, que estudam reavivamentos, começam a olhar para traz procurando entender o que aconteceu em pedaços do avivamento, então eles começam a ver que haviam muitas reuniões naquele período, muito reunir, então eles dizem: precisamos ter reuniões seguidas por um período bem longo, e isso trará reavivamento. O problema existente com isso, é que isso confunde a causa e o efeito. Aquelas reuniões que se estendiam por longo tempo na verdade eram resultados do reavivamento e não sua causa. E as reuniões em si mesmas, não trarão reavivamento.

Eu quero oferecer para os irmãos uma definição de reavivamento a qual estarei me referindo constantemente: são aqueles períodos marcantes quando Deus de forma rápida espande o seu reino através do revitalizar da sua igreja.

Reavivamento sem sombra de dúvidas é uma obra poderosa do Espírito Santo, uma obra que ele faz no meio de muita gente ao mesmo tempo. Quando o reavivamento chega, os crentes parecem ter sido renovados num novo zelo no sentido de servir ao Senhor, os pecadores se convertem em grande número, e mesmo aqueles que permanecem não convertidos, eles mesmo em grande número se convencem da verdade do Evangelho.

O Reavivamento é uma intensificação do cristianismo. As experiências expirituais da igreja durante estes períodos de reavivamento não são diferentes em termos de essência das demais experiências espirituais da igreja em tempos comuns. A diferença entre o tempo de reavivamento e uma época comum é uma diferença de grau e não de tipo. Precisamos entender que o reavivamento não é um tipo diferente de cristianismo, mas um intensificar do cristianismo normal que o povo de Deus experimenta. Então, durante épocas de reavivamento, a ênfase não está na presença ou na ausência de certos dons espirituais, por outro lado é o Espírito Santo fazendo a sua obra costumeira de uma forma não costumeira.

A Bíblia reconhece estes períodos de reavivamento. Momentos especiais onde Deus derrama o seu poder e restaura pessoas. O Antigo Testamento fala muito a este respeito, aliás ele fala mais a respeito disto do que o Novo Testamento, mas de certa forma o Novo Testamento é um relato do reavivamento.

Há quatro palavras básicas na Bíblia que se referem a este fenômeno:

· A primeira é a palavra reavivar, e no sentido do V. T. ela significa dar vida novamente, trazer novamente a vida. É a palavra que Oséias usa no cap.6:2; é a mesma palavra que habacuque usa em sua oração no cap.3:2. então é a palavra que é parte do nosso texto, de um texto que nós vamos ver já já. Salmo 85:6.

· Um segundo sentido que a Bíblia usa para este termo é a palavra hebraica que significa “reparar” ou “tornar novo”. É a palavra que encontramos no salmo 51:10, ou em Is.40:31. Alterar, mudar ou intercambiar.

· No Novo Testamento esta palavra é usada agora no grego para comunicar a idéia de “tornar novo novamente”. 2Cor.4:16; Rom.12:2; Col.3:10; Tito.3:5 todas essas passagens falam através do mesmo termo.

· Um terceiro termo que a Bíblia usa é o despertar, talvez o ser tirado de um sono espiritual. Em Isaias 52.1 nós vemos o profeta chamando a nação de Israel de uma situação desta para um acordar; em Ro.13:11 o apóstolo Paulo usa o mesmo conceito: chamar a igreja para que ela se acorde de seu sono espiritual.

· Uma quarta palavra também usada na Palavra de Deus é usada 11 vezes no Salmo 119, é a palavra vivificar, também usada em Ef.2:5 no N.T. que significa simplesmente “tornar vivo”. No Salmo 85:6 (ler dos versos 4-7) no verso 6 o salmista clama ao Senhor “não tornarás a vivificar-nos para que teu povo se regozije em ti”, aqui não apenas temos a idéia do reavivamento expressa, mas também temos os objetos do reavivamento citados aqui. Nós entendemos deste versículo algo do alicerce, do fundamento do reavivamento, e ele também nos revela as circunstâncias que chamam, pedem um reavivamento. E também parte das conseqüências nós podemos tirar deste texto e enxerga-las.

Este versículo, assim como outros na Bíblia indica pra nós que o povo de Deus precisa frequentemente ser vivificado. A Bíblia dá testemunho claro a este respeito. No V. T. a história do povo judeu, depois que houve a divisão entre Reino do Norte e Reino do Sul, nós verificamos nove novamente na história dos dois reinos, momentos em que o povo de deus começa a descambar para uma letargia completa então Deus se mostra tão gracioso vindo reaviva-los (vivifica-los) novamente. Isso foi o que aconteceu no reinado de Josias, durante várias gerações aquele povo havia se esquecido de Deus e da sSua obra, mas a vida religiosa deles continuava, e só quando a Palavra de Deus foi redescoberta, é neste momento em que o povo de Deus volta a um andar correto diante d’Ele. O Livro de Juízes por inteiro é um relato de reavivamentos sucessivos, onde o povo de Deus busca ao Senhor tentando obedece-lo, mas aí começam a ficar frios e indiferentes. Freqüentemente Deus levanta um império estrangeiro para vir julga-los, para puni-los, e novamente nesta ocasião o povo de deus clama a Ele, e por levantar um juiz, Deus através disto manda reavivamento para o seu povo. O êxodo do Egito também pode ser considerado como um reavivamento do povo de Deus; Deus vindo e restaurando sua obra no meio do povo que o ama.

Não apenas na história bíblica, mas também a história da igreja nos ensina isto. No século XVI aquele grande movimento que os livros de história hoje o define como Reforma Protestante, ele também deve ser compreendido como Deus vindo e reavivando a sua obra. E depois quan esta obra começou a ficar se esfriando perto do final do século, Deus trouxe um outro grande reavivamento que hoje nós chamamos de “Movimento Puritano”, foi o reavivamento do cristianismo genuíno, bíblico. Já no século XVIII nós vemos uma grande onda de reavivamentos que chega. George Witifield, Jonatan Edwards e os irmãos Wesley estavam entre os líderes que Deus levantou para trazer esta obra restauradora, renovadora. E depois que esta onda de avivamento começou a terminar, Deus teve o prazer, o deleite de mandar outra onda de reavivamento. No final do séc. XVIII, início do séc. XIX, existe aquele movimento que os livros de história chamam de “O Segundo Grande Despertamento”, e desde então devem ter havido um ou dois grandes despertamentos mundiais. (27:22)